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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O FUTURO AOS 100 ANOS: CEARÁ CRESCE, JÁ COLHE RESULTADOS E SONHA ALTO !!!

O futuro aos 100 anos: Ceará cresce, já colhe resultados e sonha alto
Tetracampeão estadual, líder da Série B e pedra no sapato de times da elite, Vovô melhora estrutura, paga em dia, aposta na continuidade e investe na base
 
Ceará tem soberania regional, com o tetracampeonato estadual este ano (Foto: Divulgação FCF)        
 
O tetracampeonato estadual, a liderança da Série B do Brasileiro e a caminhada forte na Copa do Brasil, com um time da Série A já abatido e outro muito ameaçado de seguir o mesmo caminho, dão o estalo: algo acontece no Ceará. No ano em que completa 100 anos, o clube alvinegro não vive no paraíso, não reinventa o futebol, não está em vias de se tornar o maior time do planeta. Mas começa a colher resultados plantados com uma série de ações negligenciadas mesmo em clubes da elite: pagamentos em dia, continuidade em momentos de resultado adverso, planejamento estratégico e investimento em estrutura, incluindo as categorias de base.
A consequência é a esperança de um futuro mais seguro. A grande meta do Vovô é subir para a Série A e conseguir se fixar nela, evitando o efeito ioiô tão comum a alguns clubes, especialmente nordestinos: subir e logo cair; subir de novo e cair mais uma vez.

Para cumprir o objetivo, primeiro é preciso subir. O caminho ainda é longo, mas parece bem alicerçado. O Ceará lidera a Segundona, com 28 pontos em 14 jogos – aproveitamento de 66,7%. Tem o melhor ataque da competição (26 gols), mas é muito vazado: já levou 20, a quinta pior defesa da competição. Enquanto isso, na Copa do Brasil, eliminou a Chapecoense e encaminhou classificação sobre o Inter, ambos da primeira divisão, ao vencer o duelo de ida por 2 a 1 no Beira-Rio ( veja no vídeo acima ). No estadual, ganhou quatro títulos consecutivos, devolvendo a façanha do rival Fortaleza nos quatro anos anteriores. 
O Ceará já poderia estar na Série A. No ano passado, chegou à última rodada com chances de classificação para a primeira divisão. Precisava vencer o Joinville em casa, no Castelão, e torcer por tropeços de Icasa e Figueirense. Os resultados paralelos aconteceram. Mas o Vovô sofreu enorme fracasso em seu próprio jogo. Diante da torcida, teve atuação apática, levou 3 a 0 e terminou a competição em sétimo ( relembre no vídeo acima ).

Foi um golpe duro. E aplicado em uma torcida das mais exigentes. Naquele momento, nada mais natural do que revolucionar tudo: mandar técnico embora, mexer na diretoria, detonar o elenco. Mas o clube resolveu usar a medida mais radical em momentos de crise: a cautela. Manteve o trabalho.

E a consequência é que o técnico Sérgio Soares segue no cargo até hoje, sustentado pelo título estadual e pelo sucesso na Série B e na Copa do Brasil. No próximo dia 18, ele completa um ano de clube. Como comparativo, dos 20 participantes da Série A, apenas dois mantêm o treinador desde o ano passado: Marcelo Oliveira, no Cruzeiro, e Muricy Ramalho, no São Paulo.

- O primeiro ponto é a continuidade do trabalho. Estamos no Ceará há quase um ano. Isso é importante para os atletas observarem a proposta que temos. Mudamos a forma de jogar, adequando-a aos profissionais que chegaram para essa temporada. Essa continuidade faz com que possamos ter bons resultados – diz o treinador.
A insistência no trabalho, por si só, não explica o atual sucesso em campo. Mas é um dos pilares de uma questão central: a sensação de segurança. À continuidade, somam-se outros elementos fundamentais: salários pagos em dia e boa estrutura física. Isso tudo dá conforto ao elenco. 
Não vou ficar citando nomes, mas acho que na Série B nosso time não se compara. Falo de estrutura, condições de trabalho, organização da direção 
— Tiago, goleiro do Ceará
O goleiro Tiago , titular nos dois últimos jogos (contra o Inter e no empate por 2 a 2 com o Boa Esporte, pela Série B), é um bom parâmetro. Ex-Corinthians, Portuguesa e Vasco, ele está em sua segunda passagem pelo Ceará. E vê o clube à frente inclusive de clubes muito mais populares.

- Os salários são pagos em dia. É importante dizer isso, porque o futebol caminha para um lado perigoso. Tem a lei a ser votada agora, para parcelar a dívida dos clubes, mas é só dos clubes. E os jogadores? Eu mesmo tenho dois processos na Justiça. A questão é que o Ceará se preparou para esse momento bom que está vivendo. Não vou ficar citando nomes, mas acho que na Série B nosso time não se compara. Falo de estrutura, condições de trabalho, organização da direção. Essa confiança que o clube passa é importante. Dentro de campo, estamos nos esforçando. A torcida está apoiando muito. Temos tudo para chegar ao fim do ano com resultados bons – comenta.
Os pagamentos em dias também são um ponto valorizado pelo atacante Magno Alves , 38 anos, jogador mais experiente do elenco. Ele sublinha que o clube, mesmo com arrecadação menor do que a de outras equipes, consegue manter os acordos com o elenco – o que não é exatamente corriqueiro no futebol brasileiro.

- A receita é bem abaixo do que acontece em outros clubes, mas aqui está sempre mantendo o que foi combinado. Há clubes de primeira divisão que ficam dois, três meses sem pagar – observa o atleta.

O presidente em exercício do Ceará, Robinson de Castro, diz que os salários em dia são consequência de uma liberdade financeira alcançada pelo clube. Segundo ele, o Vovô chegou a ter R$ 12 milhões em dívidas trabalhistas, mas hoje está livre disso.

- Hoje, o Ceará não deve um centavo de direito trabalhista. Não tem um credor. E não faz novas dívidas. Antigamente, os jogadores pediam dinheiro adiantado para jogar aqui. Hoje, vêm para receber menos do que em outros clubes, porque sabem que vão receber.

A folha salarial do Ceará é inferior a R$ 1 milhão. Os números exatos não são informados, mas giravam em R$ 800 mil pouco antes da Copa do Mundo.                                    

Os jogadores elogiam a estrutura do clube. A diretoria vê margem para melhorias, mas destaca a funcionalidade dela. Um exemplo: foi criada uma espécie de alojamento onde os atletas ficam em dias de treinamentos em dois turnos. Eles trabalham pela manhã, almoçam nas dependências do Ceará, descansam lá mesmo e aí partem para a atividade da tarde. O local, batizado pelo clube como Centro de Repouso, tem três quartos com beliches para abrigar até 28 atletas.

É um espaço diferente daquele usado na concentração antes dos jogos em Fortaleza. Aí os jogadores ficam no Hotel Antônio Góis, que tem oito quartos e pode receber até 23 pessoas – basicamente, atletas e comissão técnica. Ele tem a mesma base de um hotel tradicional – TV a cabo, wifi, ar-condicionado.

- De três anos para cá, a estrutura é bem diferente. Melhoraram os alojamentos, o centro de treinamento. É estrutura de time grande. Isso ajuda bastante o atleta – elogia o lateral-direito Marcos.                                    
Magno Alves, o mais experiente do Ceará, elogia o investimento na base
O próximo passo é a aposta na base. O clube desembolsou R$ 6 milhões para adquirir um centro de treinamento voltado à formação de atletas. É a menina dos olhos da diretoria. E que mexe até com o elenco profissional – que eventualmente também poderá treinar lá.

- É coisa de alto nível. Só vendo para saber – diz Magno Alves.

Paralelamente, o clube também tenta melhorar seu quadro funcional – profissionalizá-lo. Tem um preparador físico fixo, que é escolha da diretoria, não do treinador. Com isso, garante a manutenção do trabalho mesmo em eventuais mudanças no comando técnico. E tem um executivo no futebol. É Diego Cerri, de 39 anos, ex-treinador do Grêmio Barueri. Ele chegou ao clube em 2012, na função de gerente de futebol, com a missão de ajudar a modernizar a pasta. Hoje, é figura central na evolução do clube. Trabalha diretamente com  o elenco e também lida com a estruturação da entidade.
                                     

O clube admite que tem muitos pontos em que pode evoluir ainda. E o principal é justamente na base. O Ceará não consegue formar jogadores de maneira a usá-los ativamente nos profissionais. Nenhum dos atletas que foi a campo contra o Boa Esporte, no último sábado, foi formado no clube. É um problema grave. Foi por isso que a diretoria priorizou o investimento no CT para os jovens.

- Aos poucos, vamos atacando as questões a serem corrigidas. A estrutura da base não era boa. Com esse CT, iniciamos um novo ciclo – comenta Diego Cerri.                                    
 A base está sofrendo um processo de reestruturação total"
— Diego Cerri, gerente de futebol do Ceará
Mas o CT não resolve tudo. O processo é mais amplo e pode não trazer resultados imediatos.

- Temos que criar toda uma estrutura para a base, com bons treinadores, psicólogos, preparadores. Queremos implementar uma metodologia que envolva o garoto enquanto ele vai subindo até o profissional – diz Robinson de Castro.

O plano é ambicioso. A diretoria quer estabelecer, na base, um jeito de jogar que seja mantido até os profissionais. Ou seja: algumas características de jogo seriam comuns a todas as idades. O processo já está começando a ser implementado.

- Conversamos sobre criar uma identidade do Ceará na base, de como joga a equipe do Ceará, criar uma metodologia, uma identidade. Estamos remontando as equipes técnicas da base. É olhar para a equipe do Ceará e saber como ela joga já na base. Por mais que existam variações, de acordo com cada treinador, que tenham algumas coisas em comum, um padrão do clube que precisa ser seguido. São coisas como domínio de jogo com posse de bola, marcação com pressão no adversário, aproximação, compactação. Estamos começando a conversar, criando agora essa identidade, com conceitos que todas as equipes vão ter. Aí cada treinador vai ter a liberdade de, dentro desses parâmetros, mexer na equipe. Mas a base está sofrendo um processo de reestruturação total – comenta Diego Cerri.
Outro ponto que pode evoluir é a relação com o torcedor. O clube tem hoje cerca de 10 mil sócios. Sua média de público é a quarta maior da Série B (9.442 pagantes por jogo), atrás de Sampaio Corrêa, Santa Cruz e Vasco. Pelo fanatismo da torcida, são números a ser melhorados, até porque sai da torcida boa parte da arrecadação do clube. Como comparação, três equipes nordestinas têm mais do que o dobro de associados do Ceará: Bahia (24 mil), Sport (20 mil) e Santa Cruz (20 mil), segundo informações do site "Movimento por um futebol melhor", que recebe os dados diretamente dos clubes.

- Criamos um plano de sócio-torcedor que nos garante uma receita fixa. Temos em torno de 10 mil sócios. Já chegamos a ter 13 mil e seguramos o plano porque o Castelão estava em obras. Queremos dobrar esse número – avisa o presidente em exercício do clube.

O Castelão é uma questão delicada. Com ele, tende a aumentar o público, e com isso aumenta também a receita do clube. Mas o acordo do Ceará com a administração do estádio vive certa indefinição. Os acertos para uso dele são jogo a jogo. O duelo de volta da Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Inter, será lá – até porque a expectativa é de grande público. Mas o mesmo não é certo para jogos de menor impacto.
Mosaico estrutura do Ceará
O Ceará trabalha com três grandes sonhos, cuja possibilidade de alcance varia: um deles, o retorno à Série A, está no horizonte; outro, a vaga na Libertadores, é mais distante; e outro, a construção de um estádio próprio, não passa de uma pequena chama alimentada pelos dirigentes para um futuro ainda incerto.

Chave mesmo é o retorno à elite. E a permanência nela. O grande plano do Vovô é se perpetuar na Série A, feito que outros nordestinos bastante tradicionais, casos de Sport, Bahia e Vitória, vêm tendo dificuldades de conseguir.

- Esse ano é especial. É o ano do centenário. E o clube deseja subir para a primeira divisão. É o maior objetivo, é o que transforma a realidade do clube. Mas o Ceará tem que ter estrutura para, se subir, encontrar um diferencial para permanecer. A diferença financeira é muito grande. Sempre há um grupo de umas oito equipes que lutam, ao menos inicialmente, para não cair. Aí tem que se organizar. Se você cai, tem que estar estruturado para subir de novo. A gente quer crescer o Ceará a ponto de ele se estabilizar na Série A – analisa Diego Cerri.                                    
Na Copa do Brasil não se pode descartar nunca a possibilidade de alcançar uma Libertadores"
— Sérgio Sores, técnico do Ceará
Robinson de Castro acredita que o Ceará, com a base que tem hoje, poderá encontrar a estabilidade definitiva com as receitas de televisão da Série A. O clube esteve na elite em 2010 e 2011, mas aí caiu.

- Estamos determinados a voltar para a Série A. Nesses dois anos, tivemos uma receita de televisão que não era tão grande quanto hoje, mas soubemos usar bem aquele recurso, com parte para investimentos, parte para dívidas e parte para contratações. Se formos para a Série A, vamos dar um salto e poderemos ter um novo momento de organização – diz o presidente em exercício do clube.

Enquanto isso, o Vovô vai avançando na Copa do Brasil. Já está na terceira fase e pode até perder por 1 a 0 para o Inter para avançar às oitavas de final. Até agora, já eliminou Parnahyba-PI (com duas vitórias, por 1 a 0 fora e 4 a 1 em casa) e Chapecoense (2 a 1 e 1 a 1). O bom rendimento em campo, especialmente na vitória sobre o clube gaúcho, terceiro colocado da Série A, faz o time sonhar com o título – o que renderia a vaga na Libertadores de 2015.

- O planejamento é o acesso à Série A. Mas na Copa do Brasil não se pode descartar nunca a possibilidade de alcançar uma Libertadores. A caminhada é longa, temos um adversário forte no jogo da volta, mas a cada fase vamos amadurecendo isso para, de repente, em 2015 estar disputando uma Libertadores. Aos pouquinhos, podemos criar essa esperança – anima-se o técnico Sérgio Soares.

Já a construção de uma arena é uma meta quase utópica. Os dirigentes falam sobre isso, se permitem sonhar, mas há muito chão a percorrer até lá.

- É um sonho. Quem sabe, lá na frente, o Ceará possa ter sua própria arena. Não podemos descartar isso. Faz parte de um sonho do Ceará. Mas antes queremos conquistas nacionais. Sentimos falta disso – afirma Robinson de Castro.

Com mais ou menos ambição, o Ceará se mostra extremamente otimista para os próximos anos.

- O Ceará está se encaminhando para se tornar o grande clube do Nordeste – aposta Sérgio Soares.
Por Alexandre Alliatti
Rio de Janeiro

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