"PETRÓLEO" EX-ÍDOLO DA TORCIDA ALVINEGRA!!!

"PETRÓLEO" EX-ÍDOLO DA TORCIDA ALVINEGRA!!!

Dificuldades já foram superadas

Ex-jogador Petróleo (Foto) foi ídolo da torcida do Ceará na década de 80

Ele marcou época como centroavante e artilheiro do Ceará Sporting Club na década de 80, tornando-se ídolo da torcida alvinegro, de onde saiu para jogar em Portugal. Falamos do atacante Petróleo, que atualmente transmite sua experiência nos gramados para a galera do time Sub 15 do Alvinegro de Porangabuçu, que também sonha alcançar o estrelato no futebol. E na semana passada, enquanto orientava uma atividade com bola do seu time, Petróleo falou sobre seu trabalho com as categorias de base do Ceará, por onde já passou em 2008.

Inicialmente, Petróleo falou acerca da dificuldade para a formação do time Sub 15 alvinegro que se prepara para disputar o Brasileiro da categoria em Londrina/PR. “As dificuldades existe. Mas já foram maiores. Hoje as condições do Ceará com esse acesso à Primeira Divisão facilitou muito as coisas. Atualmente nós temos campo para treinar, bolas, material, temos bons produtos humanos, isso também é muito importante. E o objetivo é formar jogador do Sub 15 para jogar no Sub 16, 17, assim até chegar ao profissional”.

Sobre o desejo de todos que chegam às categorias de base de alcançarem êxito no futebol, mas apenas uma minoria terem suficiente talento para concretizar esse objetivo, Petróleo assim se manifestou: “A gente tem o processo de peneirada, que é feito em todos os clubes, no início da temporada, e escolhemos alguns jogadores. Depois a gente também vai observar, temos olheiros que vão observar jogos, campeonatos, tanto no Estado como fora, para que a gente possa escolher atletas com qualidade, trazer para trabalhar pensando no futuro. E infelizmente alguns a gente tem que frustrar, porque não alcançam aquele índice técnico ou físico e a gente é obrigado a dispensar. Muitos sonham em ser jogador de futebol, mas é uma profissão muito difícil e a procura é grande. Então nós temos que selecionar bem e às vezes desagradar alguns, dispensando-os, mas isso é uma função que nós temos que cumprir, porque somos profissionais e trabalhamos em prol do Ceará”.

Com a experiência de quem alcançou sucesso e jogou fora do País, Petróleo tem condição para orientar os seus comandados. “Sem dúvida que nossa experiência é valiosa. A gente conviveu muitos anos ali dentro de campo, então a experiência não pode ser negada. E a gente procura passar isso para eles, ensiná-los a maneira que devem tocar a bola, como devem chutar, como devem proceder fora de campo também. Então isso tudo a gente passa para eles. Trabalhamos junto com o preparador físico – temos o Lucas e o Tyrone -, o preparador de goleiros Conrado, então, cada um tem a sua função. Foi-se o tempo em que o Petróleo fazia a parte física, treinava goleiros etc. Eu quando vim para o Ceará pela segunda vez falei para os dirigentes que não aceitaria fazer tudo sozinho, a minha função é de treinador e preciso de preparador físico e treinador de goleiros. Hoje o Ceará nos oferece essa condição de trabalho”.

Ainda sobre a estrutura que o Ceará oferece para as categorias de base, Petróleo afirmou que “hoje nós temos dois campos aqui em Porangabuçu, onde treinamos mais a parte física ou quando o treino com bola é em campo reduzido, e quando necessário alugamos o campo do Uniclinic. Mas é claro que o Ceará ainda precisa de mais e a diretoria está trabalhando para construir o seu próprio CT. Mas hoje nós temos dois campos alugados fora de Porangabuçu, ambos com dimensões oficiais, para que a gente possa treinar os garotos nos coletivos e outras atividades que forem necessárias”.

Petróleo concorda que as categorias de base podem ser uma solução, mas a longo prazo, para os times cearenses, que não têm muito dinheiro para investirem em contratações de jogadores de fora. “Sem dúvida. Eu acho que o objetivo do Ceará é e, esse, de formar jogador. Nenhum time hoje em dia sobrevive só de contratação, não tem como. O clube tem que criar condição para que possa formar atletas para o seu elenco e também para negociar. Hoje vender jogadores das categorias de base é um mercado promissor. Atualmente os clubes do Exterior estão levando jogadores de 13, 14 anos, mas também formar jogadores para o futebol brasileiro”.

Para Petróleo, no trabalho com atletas da base o técnico pode trabalhar todos os fundamentos, sem problemas. “Com certeza. Porque vemos hoje jogadores atuando como profissionais que não tiveram fundamentos, não tiveram um trabalho de base. E atletas com 25, 26, 27 anos dificilmente tiramos aquele vício ruim ou aquele aprendizado falho que ele teve. E nas categorias de base dá para se lapidar o garoto. Então nosso objetivo hoje é treinar garotos desde os 11 anos, 12 anos, para que quando chegar nos 15 esteja mais bem preparado. Antigamente tinha muitos jogadores que começavam a jogar no profissional com idades acima dos 25 anos e até com 30 anos. Hoje ainda vemos no futebol brasileiro jogadores que não treinaram fundamentos básicos do futebol, que vão tirar uma bola, ao invés de botar a perna esquerda usam a direita, que não sabem cabecear, então a gente trabalha muito isso nas categorias de base, para que esses garotos que conseguirem chegar ao profissional já cheguem mais bem lapidados”.

E o técnico Petróleo concluiu: “Hoje em dia o garoto tem que aprender a usar o pé direito, o pé esquerdo, foi-se o tempo em que o jogador só usava um pé e conseguia se dar bem. Hoje tem situação que o atacante precisa chutar com o pé esquerdo, cabecear para baixo, com olho aberto, tem que servir o companheiro. Tem bola que o atacante não vai cabecear para o gol, mas serve o colega. Então esses fundamentos a gente trabalha com eles para que possam chegar no Sub 17, por exemplo, mais bem trabalhados e dêem menos dificuldades ao próximo treinador”.

Para quem chegar às categorias de base do Ceará, Petróleo enumerou alguns requisitos: “Tem que ter qualidade, tem que estar estudando, de preferência pela manhã, para que tenha o período da tarde para se dedicar aos treinamentos, todo dia , inclusive sábados e domingos, e os jogos realizados”.

Por Moacir Felix

Diário do Nordeste