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sábado, 17 de novembro de 2012

O REI E O PRÍNCIPE - JOSHUA FILHO DE PELÉ NOS ESTADOS UNIDOS!!!

Joshua, filho de Pelé, joga sem badalação nos Estados Unidos e sonha vestir a 11 de Neymar
Joshua treinou por três semanas no Santos
Joshua treinou por três semanas no Santos (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Divulgação Santos FC)
Pelos gramados dos Estados Unidos, Joshua Arantes do Nascimento passa despercebido. Com apenas 1,71m de altura, há dois anos o jovem vive o anonimato como atacante do sub-16 do Florida Rush, de Orlando. Os companheiros e o treinador sabem que ele é filho de Pelé, o Rei do futebol. A semelhança física é evidente, as características em campo são parecidas, mas na terra do Tio Sam o adolescente é apenas mais um menino tentando a vida. Por isso, o sonho dele é voltar ao Brasil e trilhar o caminho da bola, como o pai.
 
Aos 16 anos, o garoto já determinou que vai se profissionalizar e prevê sua vinda para o país em 2013. E o Santos, que eternizou e ajudou Pelé a ser o maior de todos, é o clube escolhido por Joshua para começar, de fato, a carreira.
— Quero virar profissional antes dos 18 anos. Se for no Santos melhor ainda, porque é o meu desejo desde criança. Seria a melhor coisa para mim. Mas também iria para outro clube, se não desse no Peixe — disse o camisa 19, que é filho de Assíria, a segunda mulher de Pelé.
Joshua ao lado do pai: o rei e o príncipe
Joshua ao lado do pai: o rei e o príncipe (Foto: Arquivo Pessoal)
Se por um lado jogar no time de coração seria mágico, usar a camisa 10 eternizada pelo pai não está nos planos. Joshua sabe o peso que é ser filho do Rei e, mais ainda, vestir o número. E curiosamente ele aceita a 9 ou a 11, hoje usada por Neymar, de quem é fã.
A camisa 10 não é para mim não. Quero a 9 ou a 11
Joshua: A camisa 10 não é para mim não. Deixa para os meias. Quero a 9 ou a 11 — afirma o menino, que sonha jogar ao lado de Neymar. — Ele é fenomenal. O que está fazendo agora e ao longo da carreira é de outro mundo. Se tiver a oportunidade de jogar com ele vai ser sonho.
Josh, como é chamado pelos companheiros, não nega suas origens e nem pensa em se comparar ao pai. Mas, na humildade, cita três características em comum com Pelé: ser destro, ter velocidade e chutar forte com as duas pernas. O Rei do futebol apoia a decisão do menino de ser jogador e, sempre que pode, acompanha jogos e passa instruções ao filho, como se fosse um técnico particular.
— Sempre que pode ele me vê jogar. Há um mês e meio, ele veio aqui ver uma partida. Quando não dá, nos falamos por telefone. Ele pergunta como foi, mando vídeos e ele me passa o que poderia ter feito, fala do posicionamento... Tento sempre seguir os conselhos — conta Josh, autor de 30 gols na carreira.
Edinho, Pelé e Joshua: encontro em família
Edinho, Pelé e Joshua: encontro em família (Foto: Arquivo pessoal)
Carregar o sobrenome Arantes do Nascimento é um fardo pesado. E Joshua não é o primeiro filho de Pelé a ter que enfrentar essa pressão. Edinho jogou como goleiro por 11 anos e passou pelo Santos, Portuguesa, São Caetano e Ponte Preta. Na época, ele enfrentou as fortes críticas de ser apenas um jogador mediano.
Apesar da trajetória de Edinho no futebol e compreender o que ele passou, Joshua garante que não vai desistir fácil.
— Meu pai disse que vai ser difícil. Meu irmão passou por isso, chorou algumas vezes e dizia que era complicado. Mas tento não ligar muito. Vai ser inevitável e sempre vou levar da melhor maneira possível, com cabeça no lugar, pés no chão e na humildade — afirma.
Sem regalias
 
Hoje, o garoto não sofre pressão já que nos Estados Unidos as pessoas desconhecem — ou minimizam — a importância de Pelé. Mas no Brasil, Josh sabe que será complicado. No entanto, ele não quer tratamento diferenciado.
Técnico tem que me colocar para jogar independente de quem sou filho
Joshua: — Aqui no clube, eles não sabem bem quem é o meu pai. Sabem o que ele fez, mas não é a mesma coisa como no Brasil. Não há tratamento diferenciado e nem quero isso. Técnico tem que me colocar para jogar independente de quem sou filho — diz.
Se o futebol não der certo ele já pensou em duas possibilidades: cursar administração ou gastronomia.
— Gosto de cozinha, apesar de não cozinhar bem (risos).

Marjoriê Cristine
17/11/12 16:00

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