BELÉM COMOVE SELEÇÃO!!!
Belém comove Seleção e reforça campanha por mais jogos no BrasilFesta da torcida de Belém contagiou os jogadores da Seleção Brasileira - Foto: Marcelo Seabra/Futura Press
O técnico Mano Menezes completou 16 partidas no comando da Seleção na vitória por 2 a 0 contra a Argentina, em Belém, na última quarta-feira, mas apenas três delas foram disputadas dentro do Brasil. O baixo número de confrontos em casa é uma das preocupações do treinador na preparação para a Copa do Mundo de 2014, e a comoção criada com o acolhimento dos paraenses na passagem brasileira pela cidade reforça o sentimento de que é preciso manter o contato com o povo do País.
Desde a chegada da Seleção na madrugada de segunda-feira, o assédio em cima dos jogadores foi intenso. O aeroporto ficou com o saguão lotado para aguardar o desembarque e o Hotel Crowne Plaza viveu três dias de histeria de fãs na busca de sorrisos, fotos ou um simples tchau de seus ídolos. O treino aberto na segunda teve "chuva" de presentes para Neymar e apoio para toda a Seleção.
Porém, o que mais impressionou foi o comportamento da torcida presente no jogo disputado no Estádio do Mangueirão. O Hino Nacional foi cantado com fervor mesmo depois da interrupção da execução oficial e não só emocionou como contagiou o time. O apoio permaneceu sem abalos até o fim sem gols do primeiro tempo, intensificou-se com o 2 a 0 na etapa complementar e tirou de todos os jogadores elogios ao comportamento da torcida.
Mano Menezes, inclusive, pediu ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a realização de mais jogos no Brasil, recebendo a promessa de que seu pedido será atendido conforme o possível. Como não disputa as Eliminatórias, a Seleção terá a sua preparação para a Copa das Confederações de 2013 e para Copa do Mundo de 2014 baseada somente em amistosos. Dentro deste cenário, a manutenção de uma agenda internacional poderia ampliar o distanciamento do público brasileiro.
A CBF ainda não confirma nenhum amistoso para 2012, mas a tendência é que haja um maior equilíbrio entre os jogos no exterior e no Brasil. A folga de pelo menos uma seleção por rodada nas Eliminatórias da América do Sul ajuda no agendamento de partidas, pois evita o desgaste de convencer outros selecionados a realizarem longas viagens para atuar no Brasil.
Em paz com a torcida
O clima festivo em Belém fez Mano ensaiar um pequeno desabafo, no qual deu a entender que a imprensa influencia a opinião do torcedor. "Quem comanda tem que ter o discernimento do que é a crítica consistente, com valor, para a gente se apoiar, e aquilo que é aquele sentimento exagerado que toma conta da gente, que quer passar para o torcedor. Não adianta, ele (o torcedor) continua gostando muito da Seleção. Tivemos um exemplo muito forte disso aqui em Belém", disse.
Na verdade, o jogo em uma cidade desacostumada a receber partidas e e atletas de primeiro nível favoreceu o reencontro de Mano com a torcida depois de um período de turbulência, iniciado com o fracasso na Copa América. O próprio treinador reconheceu que existem diferenças no comportamento dos torcedores entre as regiões do Brasil.
"Desde que chegamos aqui, fomos bem tratados. Em Goiânia (no empate por 0 a 0 com a Holanda, em julho) também. Essa é a realidade quando saímos das principais capitais, do eixo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Pela falta de oportunidade, eles (de outros estados) têm um carinho e uma relação mais próxima", disse. Apesar do discurso do treinador, no empate por 0 a 0 contra a Holanda, em Goiânia, o Brasil deixou o campo sob vaias intensas e gritos de "timinho".
Fábio de Mello Castanho
Direto de Belém
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