POR QUE É ASSIM QUE A VIDA DEVE SER!!!
* FALA GRAZIANI!!! FALA GRAZIANI!!!- Porque é assim que vida deve ser.
- O PARAGUAIO CARDOZO..(Foto)
- Sinceramente é difícil eu me lembrar de uma cena tão dramática num campo de futebol como a que vi neste sábado no Ellis Park, aqui em Joanesburgo, no último jogo que o estádio recebeu na competição.
- Aos 15 minutos do segundo tempo, segundos depois de ter perdido um pênalti contra a Espanha – Casillas defendeu – o paraguaio Cardozo, de brilhante temporada no Benfica, está ajoelhado no meio campo, com o rosto no gramado, de costas para o gol, chorando muito, porque a Espanha está prestes a cobrar também um pênalti, sofrido por Villa. Confesso que fiquei tocado, com muita pena. Nunca tinha visto um jogador mostrar tanto desespero durante uma partida, mas é Copa do Mundo e o sentimentos são extremados, pelo menos para quem os tem.
- No futebol tão profissional de hoje, onde os interesses comerciais estão muito acima de tudo, onde a frieza dos números predomina e decide destinos, há ainda algo de muito bom em alguns jogadores. Não todos, claro, até porque é fácil reconhecer os que não estão nem aí, mas há ainda reservas de hombridade, de amor, de entrega, de brio. E de sofrimento quando as coisas não dão certo.
- Cardozo continua ali, querendo sumir, porque nada naquele momento é maior do que sua culpa por ter perdido o pênalti que deixaria o Paraguai perto de uma incrível semifinal de Copa. Vendo o companheiro naquela situação de extrema dor, Valdez chega perto e o levanta, com força. Uma atitude bonita demais, inesquecível. Cardozo então se vira e vê Xabi Alonso cobrar o pênalti e fazer o gol, mas o árbitro, corretamente, manda voltar porque houve invasão de área dos espanhóis, como também ocorreu no lance do pênalti favorável ao Paraguai, mas não houve a repetição por erro do homem do apito. E aí, na segunda chance, Xabi pertime que Villar defenda. Há ainda um novo pênalti, no rebote, cometido por Villar sobre Fábregas, mas em novo erro, o guatemalteco nada anota.
- O delírio dos jogadores paraguaios é mais intenso do que um gol marcado. O alívio de Cardozo não tem preço, mas a crueldade do futebol – sim, ele é cruel também – permite que a Espanha vença o jogo. A culpa volta a ficar toda no atacante paraguaio. Aos prantos, inconsolável, ele fica ali, estático. Recebe inúmeros abraços dos companheiros e da comissão técnica. O Paraguai foi guerreiro demais diante do talento espanhol. Cardozo não foi capaz de decidir quando teve a chance, mas foi capaz de lutar, de brigar, de tentar e, por fim, de chorar, de sentir dor. Porque é assim que vida tem que ser, intensa.
* Fala Graziani
- Direto da África do Sul
.03/07/2010
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