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sexta-feira, 9 de julho de 2010

O MOTORISTA...!!!

*** FALA GRAZIANI *** FALA GRAZIANI!!!

* O MOTORISTA...


Adrian dirige um táxi em Durban, onde estive novamente, desta vez para a semifinal entre Alemanha e Espanha. O carro, muito bem arrumado, não é dele e seu salário é formado das comissões que recebe pelas corridas. “Perdi meu emprego e precisei me virar aqui”. Aos 46 anos, é filho de mãe sul-africana e pai húngaro e foi uma das pessoas mais gentis e adoráveis, entre tantas que conheci nestes quase 40 dias de viagem. “Pode me chamar de Adriano se você quiser, porque aí fica em português”. Eu não faria isso, claro.

Nosso primeiro destino era a linda mesquita Jumah Masjid, construída pelos indianos. Desde o jogo Brasil e Portugal queria ter ido, mas não tinha dado tempo. Os moradores de Durban juram que é a maior do Hemisfério Sul. Duas mil pessoas por dia vão rezar ali. São brancos, negros, indianos, sul-africanos e outros estrangeiros convertidos. Ao entrar, senti uma paz instantânea. O silêncio e a beleza do interior do prédio, que contrastam com o movimentado entorno, valem a viagem. Poucos metros dali, Adrian me levou até a centenária Catedral Emmanuel, a maior igreja católica da cidade, construída com tijolo aparente. Enquanto a conheçia, ele desceu do carro para uma oração. Depois, passaríamos por mais dois templos que ficam próximos. O hinduísta Alayam Temple, dedicado ao Deus Shiva e uma igreja anglicana.

“Todo mundo aqui tem profundo respeito pelas religiões dos outros e a convivência é totalmente pacífica”, conta Adrian, que nasceu no Soweto, em Joanesburgo. “Vi muita coisa ruim acontecer lá”.

O destino muda. Agora preciso ir ao shopping Gateway, que tem a entrada mais bonita que eu já vi. Como o caminho era mais longo, a conversa com Adrian foi sobre o apartheid. “Fernando, você tem sorte de conhecer esse País agora, porque a situação era muito absurda. Meus pais, por exemplo, precisaram se casar na Suazilândia porque minha mãe era mestiça”.

Eu comento com ele que ainda assim é difícil ver brancos e negros adultos conversando, mas já possível ver jovens em grupos multirraciais. “Sim, as crianças de agora já não enxergam diferença e isso é maravilhoso, mas eu te digo com toda certeza que o apartheid, apesar de não ser mais oficial, ainda está no coração de muita gente e é preciso pelo menos mais uns 40 anos para isso mudar”.

Entrei no shopping e fui almoçar. Não havia negros conversando com brancos nos restaurantes ou nos corredores. Adrian, o motorista do Shashi`s Taxi, estava realmente certo. Ainda vai levar tempo.

Fernando Graziani
Direto da África do Sul
09/07/2010

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