QUEM É ZALUAR?
Zaluar: o goleiro que sofreu o primeiro gol de PELÉ (0001).- E festejou.
ZALUAR (Foto) - Sofrer um gol é motivo de lamento para qualquer goleiro. Ainda mais se ele ocorrer em uma goleada. De 7 a 1. Mas para um arqueiro em especial, um tento sofrido virou fonte de orgulho. E virou marca registrada. Destacada até no cartão de visita.
Zaluar era o goleiro reserva do Corinthians de Santo André em 7 de setembro de 1956. Naquele dia, o time do ABC paulista enfrentou o Santos em um amistoso no estádio Américo Guazelli, em Santo André, no feriado da Independência do Brasil. O goleiro iniciou o jogo no banco e entrou em campo durante a partida. Com a missão de tentar evitar um prejuízo maior para o time da casa diante de jogadores como Jair Rosa Pinto, titular da seleção na Copa de 50, Del Vecchio, Zito e Tite.
E de um menino de 16 anos, que, como ele, entrou no gramado durante a segunda etapa. Para disputar sua primeira partida pelo time principal do Peixe. Um menino chamado Edson Arantes do Nascimento, que substituiu o experiente Del Vecchio quando o placar já indicava 5 a 0 para o Alvinegro Praiano.
Aos 36 minutos, o zagueiro santista Hélvio disputou um lance pelo alto e a bola sobrou na altura do meio-campo para PELÉ. O adolescente dominou a pelota, arrancou, passou pelo volante Schank, driblou mais um marcador, invadiu a área e tocou a bola por baixo das pernas do goleiro. Que era…Zaluar. Era o sexto gol do Santos naquele dia. E o primeiro da carreira profissional do jovem que, menos de dois anos depois, seria peça fundamental para que o Brasil conquistasse pela primeira vez o título mundial, na Suécia.
Com o tempo, Zaluar percebeu que havia participado de um momento histórico. E fez questão de divulgar isso até falecer, em 1995. Para quem lhe procurava, entregava um cartão de visita em que constava não apenas o seu nome completo: Zaluar Torres Rodrigues. Este vinha acompanhado de um complemento: “o goleiro que levou o primeiro gol de PELÉ’. No canto esquerdo, o escudo do São Paulo, o seu time de coração.
E nas peladas de veteranos que disputava, usava um uniforme especial. Personalizado. Com o seu nome na parte da frente acompanhado da inscrição “Goleiro Rei PELÉ 0001″.
Nunca um goleiro gostou tanto de ter levado um gol. Não um gol qualquer. Mas o número um dos 1.284 marcados por PELÉ em sua carreira.
Data: 7 de setembro de 1956
Local: Estádio Américo Guazelli (Santo André-SP)
Corinthians de Santo André 1 x 7 Santos
Gols: "Alfredinho (30), Del Vecchio (32), Álvaro (36), Alfredinho (41), Del Vecchio (61), PELÉ (81), Vilmar (86) e Jair (89)".
Corinthians de Santo André – Antoninho (Zaluar); Bugre e Chicão (Talmar); Mendes, Zico e Schank; Vilmar, Cica, Teleco (Baiano), Rubens e Dore.
- Técnico: Jaú.
Santos – Manga; Hélvio e Ivan (Cássio); Ramiro (Fioti), Urubatão e Zito (Feijó); Alfredinho (Dorval), Álvaro (Raimundinho) e Del Vecchio (PELÉ); Jair e Tite.
- Técnico: Lula.
Juiz: Abílio Ramos.
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