PELÉ NA SELEÇÃO!!!
* PELÉ - 70 ANOS...A HISTÓRIA DE PELÉ NA SELEÇÃO.
No livro "Pelé - O Supercampeão", de Orlando Duarte, Pelé conta com detalhes de suas passagens pela Seleção. Relembra com carinho as conquistas de 1958 (quando tinha apenas 17 anos), 1962 (quando se machucou no segundo jogo e não atuou mais) e 1970 (a mais marcante, segundo ele). E com tristeza a Copa de 1966, quando caçado por portugueses viu a Seleção ser eliminada precocemente.
A história de Pelé na Seleção Brasileira começou muito cedo. Com 16 anos, fez seu primeiro jogo, num jogo contra a Argentina. Fez um gol, o único do Brasil na derrota por 2 a 1, ao substituir Mazzola no segundo tempo. Três dias depois, contra a mesma Argentina, começou como titular, marcou um gol e ajudou a Seleção a conquistar a Copa Rocca - o primeiro título profissional de Pelé.
No ano seguinte, em 1958, Pelé é convocado para a Copa do Mundo, na Suécia. Com o joelho inchado, fica fora das duas primeiras partidas (contra Áustria e Inglaterra), mas atua contra a União Soviética e em todos os jogos da segunda fase. Nas quartas, faz o gol da classificação contra o País de Gales (um golaço). Nas semifinais, marca três na goleada sobre a França por 5 a 2. E na decisão, mas dois, nos 5 a 2 sobre a Suécia. Sempre com a ajuda de craques do quilate de Didi, Garrincha e Vavá.
Antes mesmo do início da Copa de 1962, no Chile, Pelé já reclamava de dores na virilha, por causa da rotina pesada de jogos preparatórios. Mas ele foi para o Mundial, com a mesma base da Seleção campeã quatro anos antes. No primeiro jogo, contra o México, Pelé atuou e fez um gol na vitória por 2 a 0, em Viña del Mar. Mas na segunda partida, contra a Tchecoslováquia, Pelé sofre uma distensão muscular e não joga mais o Mundial, apenas torcendo e vendo seus companheiros conquistarem o bi. Sobre o jogo contra os tchecos, Pelé faz um interessante depoimento.
Pelé sai de campo machucado contra a Tchecoslováquia, em 1962.
"Nesse jogo, experimentei uma emoção diferente; a do respeito dos tchecos pela minha situação física. O Masopust e o Popluhár, quando me viam com a bola, deixavam que eu concluísse a jogada, não me pressionavam, não tentavam o desarme. Também o lateral Lála, quando passei a fazer número na esquerda, facilitava minha movimentação. Os tchecos também lutavam pela classificação, precisavam da vitória, mas colocavam em primeiro lugar o adversário ferido! Isto foi muito emocionante e é uma das mais gratas revelações do mundial de 1962", conta no livro "Pelé - O Supercampeão", de Orlando Duarte.
Em 1966, veio o maior trauma de Pelé com a Seleção. Na Copa da Inglaterra, o Brasil foi eliminado ainda na primeira fase. Pelé disse que a Seleção estava superestimada e que não houve a mesma organização das edições anteriores. "Tínhamos bons jogadores, mas faltava-nos conjunto", conta. A Seleção começou vencendo a Bulgária (2 a 0, gols de Pelé e Garrincha). Pelé foi poupado contra a Hungria para atuar contra Portugal e a Seleção perdeu, por 3 a 1. Contra os portugueses, que tinham Eusébio, o Brasil não atuou bem, estava com um time muito mexido, e Pelé foi caçado em campo. Machucou o joelho ainda no primeiro tempo, o Brasil perdeu por 3 a 1 e foi eliminado.
Irritado e decepcionado, Pelé jura que nunca mais iria disputar uma Copa do Mundo. Mas ao ver que as coisas tinham mudado, retorna à Seleção em 1969, na preparação para a Copa do México, e o Brasil faz grande campanha nas eliminatórias. Faz o gol da classificação, contra o Paraguai, diante de mais de 150 mil pessoas no Maracanã. Mas aí o técnico João Saldanha entrou em conflito com dirigentes da CBD e foi demitido. Zagallo foi o técnico, a Seleção "encaixou" e partiu com tudo para o México.
O Brasil estreou contra a Tchecoslováquia. E ganhou por 4 a 1, de virada. Pelé fez um gol e quase fez outro, no lance histórico em que quase encobriu o goleiro tcheco num lance do meio-campo. Depois, o Brasil passou pela Inglaterra, atual campeã mundial, e Pelé parou nas mãos de Gordon Banks, naquela clássica defesa após cabeçada do Rei. No encerramento da primeira fase, o Brasil passou pela Romênia, com vitória por 3 a 2 e dois gols de Pelé.
Nas quartas de final, o adversário era o Peru, que tinha como técnico Didi, amigo de Pelé e jogador presente nas conquistas de 1958 e 1962 como jogador. Vitória por 4 a 2.
Na semifinal, mais uma "revanche" (como o próprio Pelé disse), desta vez contra o Uruguai. Vitória de 3 a 1 e quase dois golaços de Pelé: um ao driblar Mazurkiewicz sem tocar na bola; e outro ao aproveitar um tiro de meta mal batido pelo goleiro uruguaio. O Brasil, de uma certa maneira, vingava o fiasco da final de 1950.
Aí veio a poderosa Itália na grande final, a "terceira vingança" de Pelé. O Brasil havia perdido para eles no Mundial de 1938. No Azteca, Pelé abriu o marcador, Boninsegna empatou e, aos 44 minutos e meio do primeiro tempo, quando Pelé ia marcar, o árbitro alemão Glöckner encerrou o jogo. No segundo tempo, o Rei do Futebol não caiu nas provocações dos italianos, que deram até um soco em sua barriga, e o Brasil deslanchou. Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto decretaram os 4 a 1 e o tricampeonato do Brasil. Pelé foi eleito o melhor jogador.
Foi o título mais emocionante de Pelé, como ele mesmo conta. Ele e os demais jogadores receberam diversas homenagens na volta para o Brasil. Mas para atender a um chamado de sua esposa, Rosemeri, falta às comemorações em São Paulo. Cansado da rotina de treinos e excursões, Pelé decide se aposentar da Seleção. Em julho de 1971, ele se despede em amistoso contra a Áustria, no Maracanã, diante de 120 mil pessoas, aos gritos de "Fica, Fica!". Muitos foram os apelos para que ele jogasse a Copa de 74, na Alemanha. Mas ele cumpriu a promessa que fez à família. E continuou a atuar pelo Santos.
0 comentários:
Postar um comentário