Muricy Ramalho recebeu a reportagem da Revista PLACAR em seu prédio, no Real Parque / Crédito: Alexandre Battibugli
À época da realização da entrevista, o time vivia dias infernais, na zona de rebaixamento, e o grito que ecoava das arquibancadas, a cada partida no Morumbi, se fazia uníssono: "É Muricy!" O treinador se mostrou, como sempre fez quando se referiu ao clube paulistano, feliz com a lembrança dos torcedores e, frisando sua enorme ligação com a equipe, cravou: "Ninguém conhece o São Paulo como eu". A declaração parecia antever o que ocorreria pouco tempo depois: o técnico reassumiria o comando do clube e venceria suas três primeiras partidas no Brasileirão, tirando, momentaneamente, o time da zona do rebaixamento. Para o treinador, o São Paulo "é um Boeing e Boeing não é qualquer um que dirige". Ainda sobre o clube onde conquistou um inédito tricampeonato brasileiro em anos consecutivos, de 2006 a 2008, Muricy relembra histórias de seus tempos de jogador e de auxiliar técnico de Telê Santana. "Os caras falam que eu sou ranzinza. Eles não viram o Telê. Ele não dava risada pra ninguém, tava sempre bravo. Só de vez em quando, ele tomava um negocinho, contava umas piadas e dava risada dele mesmo", lembrou, saudoso.
O técnico também contou como se deu a oferta para dirigir a seleção brasileira, quando, segundo ele, a CBF não conduziu de maneira adequada o convite. "O Rodrigo (Paiva, diretor de comunicação da CBF) me levou para um clube de golfe, que não achei legal, e o Ricardo Teixeira veio com uma conversinha, que também não achei legal. Não falou como era meu contrato, nada. Perguntou se estava tudo certo. Eu disse: não, tem um probleminha aí. Aí ele, do jeito que ele é: 'Que probleminha?' O Fluminense, né. 'Então resolve'. Eu falei: tá resolvido, eu fico lá'".
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