CONHEÇA A OPERAÇÃO DO "FICO" DE NEYMAR NO SANTOS/BRASIL!!!
Especial! explica a operação Neymar- Diante do assédio dos times espanhóis, Santos quase desistiu do craque. Conheça o projeto para o "fico"

Pouca gente sabe, mas nove dias antes de o Santos renovar com Neymar até 2014, o presidente do clube chegou a desistir do atacante. Maior defensor da permanência do craque, Luis Álvaro jogou a toalha após uma conversa áspera com o pai do jogador. Os números oferecidos por Real Madrid e Barcelona pareciam impagáveis.
– Saí da reunião arrasado. Não teríamos como bancar o que ofereciam a ele. Fui para casa, tomei um lexotan (tranquilizante) e duas taças de vinho já conformado que havíamos perdido Neymar – conta Luis Álvaro.
Para o espanto do dirigente, no dia seguinte (1 de novembro), o pai do jogador o procurou para tentar um acordo. Começou a discussão do contrato anunciado em 9 de novembro, que surpreendeu o mundo. A operação foi um marco no futebol nacional. Contrariando o histórico de exportação de craques, o Santos preferiu recusar mais de R$ 100 milhões para apostar que a permanência do astro vai trazer mais títulos e mais dinheiro ao clube. O dia do fico de Neymar encerrou um assédio feroz dos clubes espanhóis.
– Foram os meses mais dramáticos da minha vida. Engordei oito quilos em quatro meses – confessou o presidente santista.
A investida espanhola começou em junho, após várias propostas do Chelsea, em 2010. O primeiro a tentar foi o ex-jogador Ronaldo. Em nome do Real Madrid, ofereceu menos do que a multa rescisória (45 milhões de euros) e levou um “não”. Dias depois, o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, veio ao jogo de despedida do Fenômeno e fez uma oferta. Em julho, o presidente do Real, Florentino Pérez, procurou Luis Álvaro. Dispostos a contar com o craque, os dois clubes aceitaram pagar a multa. Faltava só convencer Neymar.
Neymar falou em sair
- Para seduzir o ídolo a jogar na Espanha, os clubes ofereceram fortunas, com salários mensais próximos a R$ 3 milhões. Enquanto traçava um plano de marketing para chegar perto disso, o Santos apostou no fator psicológico.
– Nós falávamos: lá você vai trabalhar com o Mourinho. Lá você não será o astro que é aqui. Aqui, você pode ser o melhor do mundo jogando no Brasil – lembrou Odílio Rodrigues Filho, vice-presidente santista. Pelé também entrou na jogada.
Desde o ano passado, após as primeiras propostas, o Rei ficou ao lado da direção pedindo ao craque para ficar.
Mesmo assim, diante de tanto assédio espanhol, Neymar chegou a falar para a direção que jogaria somente até a Olimpíada de 2012. Para a sorte do futebol brasileiro, a Joia mudou de ideia e ficará até 2014.
Joia foi "sequestrada"
- No ano passado, na primeira investida do Chelsea, o Santos “sequestrou” Neymar para evitar a saída dele. Após a partida contra o Avaí, em Florianópolis, representantes do time inglês esperavam o craque em um hotel em São Paulo para fechar o negócio. Tudo estava acertado com o pai dele e a multa seria paga. O clube se antecipou.
– Pegamos o jogador no aeroporto e levamos para a casa de um dos integrantes do comitê de gestão.
Ele ficou o dia descansando num quarto enquanto discutíamos o novo contrato em que aumentamos o salário e a multa de 35 milhões de euros para 45 milhões de euros. O pai brinca que sequestramos ele – revela o presidente Luis Álvaro.
Bate-Bola
Armênio Neto (gerente de Marketing do Santos)
Qual é o tamanho do desafio em relação ao plano de carreira do Neymar?
É grande. Dá medo de não conseguir, mas é esse medo que nos move para ter sucesso. E o Neymar é excepcional como ídolo. Não existe ninguém assim no Brasil.
Qual era a estratégia para ele no início de 2010, quando a diretoria assumiu o Santos?Desde o início a estratégia era criar um plano de carreira para os principais atletas. Pensamos iniciar em 2011, mas a proposta do Chelsea, em julho de 2010, antecipou as coisas em seis meses.
Como está a busca de patrocinadores para viabilizar financeiramente o acordo com o Neymar?
A reação ao anúncio do acordo foi melhor que imaginávamos. Já fechamos com três parceiros (o último foi a Claro, há uma semana).
Qual é a meta?
Não há limite. Quanto mais, melhor, desde que, é claro, não atrapalhe o trabalho do Neymar como atleta, que é a prioridade. Mas falta pouco para termos lucro.
Qualquer empresa serve?
Não. Não nos interessa só o dinheiro. Por exemplo, quando fechamos com a Nextel, o fizemos porque nos interessa fixar uma imagem do jogador. Aquele comercial com o pai dele foi um marco. Ele mudou até a maneira como as empresas o veem.
Marcelo Damato e Mauro Graeff Júnior
Publicada em 09/12/2011
Santoa (SP)
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