BRASIL VENCE VENEZUELA E ASSUME A LIDERANÇA DAS ELIMINATÓRIAS DA COPA !!!
Lucas Figueiredo/CBF
Brasil vence Venezuela e assume a liderança das Eliminatórias da Copa
Com gols de Gabriel Jesus e William, a Seleção de Tite confirma boa fase e chega a quarta vitória consecutiva
Após passar pelo purgatório no primeiro turno das Eliminatórias
Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, quando chegou a
estar fora da zona de classificação, a seleção brasileira retomou nesta
terça-feira o primeiro lugar na competição com uma vitória de 2 a 0
sobre a Venezuela, no estádio Metropolitano de Mérida, na Venezuela.
Ainda que contra o lanterna do torneio, a quarta vitória seguida sob o
comando do técnico Tite, com futebol de toques rápidos, marcação
eficiente e faíscas de individualidade, principalmente de Gabriel Jesus e
Renato Augusto, consolida a recuperação da seleção, após uma série de
insucessos desde a derrota para a Alemanha na semifinal da Copa de 2014.
O jogo foi interrompido aos 28 minutos do segundo tempo por uma queda
de energia, mais uma evidência da grave crise que afeta a Venezuela,
que provocou protestos da torcida contra o presidente Nicolás Maduro.
Cerca de 20 minutos depois, no entanto, a luz retornou parcialmente. Na
próxima rodada das Eliminatórias, o Brasil recebe a Argentina, no
estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, em 10 de novembro.
Já houve um tempo em que jogo contra a Venezuela pelas Eliminatórias
era certeza de goleada. Nesta terça-feira, no entanto, diante de um
gramado ruim, chuva e uma torcida empolgada, a seleção disputou um
primeiro tempo equilibrado contra a equipe local. A diferença entre as
duas equipes residiu na frieza – ou ausência de – de suas duas
principais revelações: Gabriel Jesus e Peñaranda.
O atacante palmeirense, ao receber um presente do goleiro Dani
Hernández, que soltou a bola a seus pés na entrada da área, teve toda
calma do mundo para encobri-lo e calar as quase 40 mil pessoas que
driblaram uma crise econômica gravíssima para torcer pela Venezuela no
estádio. Peñaranda, por outro lado, teve duas chances – uma delas em
bela arrancada pela esquerda, driblando defensores brasileiros com
agilidade e habilidade. Na hora de finalizar, no entanto, lhe faltou a
tranquilidade que sobrou para Gabriel Jesus.
O restante do primeiro tempo, apesar do bom toque de bola da equipe
de Tite, rendeu chances mal aproveitadas em finalizações de Philippe
Coutinho e Paulinho. Sem Neymar, coube ao jogador do Liverpool cair pela
esquerda do ataque, apostando, às vezes demais, em jogadas individuais.
William, na direita, apareceu várias vezes bem no ataque. Coube a ele,
no começo do segundo tempo, ampliar o placar em jogada pela direita, aos
7 minutos. Gabriel Jesus ainda teve chance de fazer o terceiro, após
boa jogada de Renato Augusto e Phillipe Coutinho, mas bateu mal.
Há distinções também entre os dois momentos da seleção, com Tite e
com Felipão – este durante a Copa de 2014. E eles são gritantes. Hoje, o
jogo flui naturalmente, desde a saída de bola na defesa até o ataque.
Fernandinho, um dos destaques negativos na partida contra a Alemanha,
fez sua segunda partida como titular sob o comando de Tite, em virtude
da lesão de Casemiro, e mostrou segurança e eficiência na proteção da
zaga, com antecipações e desarmes precisos. Renato Augusto tem excelente
passe e visão de jogo e faz a engrenagem do meio de campo girar
Mas talvez a grande diferença seja o comando de ataque. Parafraseando
o técnico da seleção, Gabriel Jesus “é de verdade” O atacante precisou
de apenas quatro jogos para fazer seu quarto gol em quatro jogos nas
Eliminatórias e ultrapassou Neymar, com três, para ser o artilheiro do
Brasil no torneio. Além do belo gol, o palmeirense soube fazer com
competência o pivô e trocar passe com seus companheiros de ataque.
Como disse Tite na véspera do jogo, algo estaria errado se o Brasil
dependesse de Neymar – ainda mais contra a Venezuela. Taticamente, o
posicionamento da equipe evolui gradativamente. As linhas de quatro,
intercaladas pelo volante de proteção à zaga e o centroavante, são
compactas e a equipe sai em bloco ao ataque.
O ponto negativo da atuação na seleção foi o lateral-direito Daniel
Alves. O jogador da Juventus sofreu com os avanços de Peñaranda – o
melhor jogador da Venezuela – em suas costas. No ataque, apareceu pouco,
com apenas um cruzamento no primeiro tempo e outro no segundo.
Além de Peñaranda, o grande destaque da equipe da casa foi a torcida.
Cantou, vaiou o Brasil e incentivou a equipe local o tempo todo. Antes
do jogo começar cantou em três oportunidades “Vai cair, vai cair, esse
governo vai cair”. Aos 28 minutos do segundo tempo, quando acabou a luz
no estádio, o grito voltou a ecoar no estádio, anunciado como “obra da
revolução bolivariana”, junto de um pedido: “Fora, Maduro”.
No fim, para eles a derrota por 2 a 0 ficou de bom tamanho. Como se
não bastasse a dureza da crise de escassez e hiperinflação, a equipe
segue sem vencer nas Eliminatórias, com apenas dois pontos, na lanterna
da tabela de classificação. Uma goleada como as de antigamente seria
demais.
LOCAL – Estádio Metropolitano, em Mérida (Venezuela).
VENEZUELA 0 x 2 BRASIL
GOLS: "Gabriel Jesus, aos 7 minutos do primeiro tempo; Willian, aos 7 minutos do segundo tempo."
VENEZUELA – Dani Hernández; Rosales, Wilker Ángel, José Velázquez e
Feltscher; Tomás Rincón, Arles Flores (Herrera) e Juanpi (Guerra); Josef
Martínez, Rondón e Peñaranda (Otero). Técnico: Rafael Dudamel.
BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís;
Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto; Willian (Taison), Gabriel Jesus e
Philippe Coutinho (Giuliano). Técnico: Tite.
CARTÕES AMARELOS – Wilker Ángel, José Velázquez e Herrera (Venezuela); Paulinho (Brasil).
ÁRBITRO – Victor Carrillo (Fifa/Peru).
ÁRBITRO – Victor Carrillo (Fifa/Peru).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 40.726 pagantes.
PÚBLICO – 40.726 pagantes.
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