HRISTO STOICHKOV, O BÚLGARO ESTÁ EM FORTALEZA!!!
Entrevista exclusiva com StoichkovPor: Bruno Balacó
Hristo Stoichkov está em Fortaleza chefiando a delegação búlgara no Mundial de Futebol Escolar. Foto: Rafael Cavalcante/ O POVO
Um dos maiores gênios do futebol está em Fortaleza. Hristo Stoichkov, líder da geração que levou a Bulgária ao 4º lugar na Copa do Mundo de 1994, chefia a delegação de seu país no Mundial de Futebol Escolar, disputado desde o último dia 10 na Capital.
Essa semana, o ex-jogador recebeu O POVO para um bate-papo. Na conversa, muito futebol: falou dos bons tempos no Barcelona, na seleção búlgara, a parceria com Romário e seleção brasileira.
Entre as revelações, uma chamou atenção: Stoichkov disse que nunca ouviu falar de Neymar, maior astro do futebol brasileiro da atualidade.
Confira a entrevista na íntegra
Como está sua vida hoje?
- Está bem tranquila. Nunca perdi a alegria, a responsabilidade e a vontade de ajudar as pessoas. Estou como treinador do Mamelodi Sundowns, time da África do Sul. Sempre viajando para Espanha e Bulgária, onde tenho escolinhas de futebol. Hoje posso dizer que tenho tempo para dar atenção a todos.
És o chefe de delegação da Bulgária no Campeonato Mundial de Futebol Escolar. Como avalia esse grupo que trouxe para Fortaleza?
- Acho que é uma oportunidade única para eles. Temos alguns jovens talentos. Ficamos muitos anos sem trabalhar a base nos colégios. Agora estamos nos reestruturando.
Stoichkov (Foto) foi um dos dois artilheiros da Copa do Mundo de 1994, com seis gols.
E a Bulgária da Copa do Mundo de 1994? Que time era aquele, hein?
- Certamente será único. Credito o sucesso que tivemos a união de vários jogadores importantes. Tínhamos muito respeito uns com os outros, amizade e bom comportamento. Cada jogador sabia sua responsabilidade. São tempos que não voltam, em que a Bulgária viveu o apogeu de seu futebol.
O que aconteceu depois de 1994? A Bulgária não foi mais a mesma em Copas do Mundo?
- No futebol quando não se trabalha base as coisas não funcionam. Por muito tempo não se trabalhou o futebol de base na Bulgária como se deveria, sobretudo nos colégios. E isso faz a diferença no futebol. As próximas gerações ficam comprometidas.
Você jogou e morou por muito tempo em Barcelona. Ainda continua próximo do clube?
- Vou a muitos jogos do Barcelona. Algumas partidas acompanho o clube. Afinal, faço parte da história do clube. Colocamos a primeira pedra para o Barcelona crescer e chegar ao que é hoje.
O que acha de Lionel Messi?
- Messi é espetacular. Sem dúvida o melhor jogador de futebol do mundo. Não só pelos gols. Ele demonstra ser grande pela humildade.
Stoichkov e Romário (Foto) formaram dupla de ataque por muito tempo no Barcelona. Desde 93 são grandes amigos.
Você jogou com muitos jogadores brasileiros. Qual te chamou mais atenção?
Romário. Romário é o maior jogador da história. É um jogador que tenho um carinho muito grande. Somos amigos íntimos. Para mim, existe um Brasil antes e depois do Romário. O Brasil tem Pelé, Zico, Sócrates, Mauro Silva, Dunga, Taffarel, Raí, Muller, mas tenho que dizer que Romário é o número 1.
E o Ronaldo, o fenômeno?
- É um grande jogador. Nada mais.
E Neymar?
- Não conheço. Nunca ouvi falar.
É a primeira vez que está aqui em Fortaleza?
- Sim. Já vim muitas vezes aqui no Brasil, mas para o Rio de Janeiro, Brasília, Belém e outras cidades do país. Achei uma cidade bonita. Gostei da praia.
Ainda é bem reconhecido por onde passa?
- Sim. Creio que é um reconhecimento grande porque joguei oito anos em Barcelona e doze anos na seleção da Bulgária. Joguei na Itália, Japão, Estados Unidos e Arábia Saudita. As pessoas te conhecem porque formamos um verdadeiro Dream Team no Barcelona.
Certa vez disse numa entrevista que existem dois Cristos no mundo e você era um deles (em búlgaro Hristo significa Cristo?
- É isso mesmo. O que posso fazer. O meu nome está na história. Nada pode mudar isso. Meu nome é conhecido em todo mundo. Seja por bem ou por mal.
E a amizade que tem com Romário?
- Somos amigos íntimos. Irmãos mesmo. Formei uma dupla temível com o Romário no Barcelona. Sou amigo dele desde 93. Quando ele vai para a Espanha fica na minha casa. Quando venho pra cá fico na casa dele. Sempre conversamos por telefone, falamos sobre como vai a família e os amigos. Foi o dia mais feliz da minha vida quando ele chegou disse que foi o melhor jogador do mundo graças a mim, que o ajudei, nos tempos de Barcelona.
A entrevista para O POVO foi realizada no Marina Park e todo o bate-papo foi em Espanhol, idioma que o ex-jogador domina bem. Foto: Rafael Cavalcante/ O POVO
E a perna esquerda que o consagrou, como está?
- Está bem. Às vezes jogo, mas não tanto como antes, mas jogo.
Esteve na África do Sul também como comentarista?
- Estive comentando futebol para a Televisa – rede de televisão mexicana. Agora o próximo passo é ir também à Copa América, este ano, na Argentina, com mesma equipe do Mundial. Vai ser interessante. Conhecerei muita gente na Argentina. Assim ficarei perto de meu amigo Maradona.
Como avalia a seleção brasileira de futebol hoje?
- Acredito que o Brasil tinha um bom treinador para ser campeão na Copa, que era o Dunga. Poucas vezes uma seleção vai encontrar um treinador como ele. Ele tinha uma equipe organizada. No futebol nem sempre se pode ganhar. Em 98, o Brasil tinha um time espetacular e perdeu por 3 a 0 para a França. Creio que o Brasil terá uma grande desafio agora com a Copa do Mundo, daqui a três anos. Jogar uma Copa do Mundo em casa, com muita pressão. Não será fácil.
E o Mano Menezes?
- Não o conheço.
Por: Bruno Balacó
O POVO
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