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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER "WALTER", UM SOBREVIVENTE!!!

Perfil: a insustentável leveza de ser Walter, um sobrevivente
 
Vida e obra do goleador têm irmão assassinado, devoção à mãe, mordida na professora, fugas no Inter, drama com a filha e paz no atual clube, o Goiás                                                      
 
Walter vive melhor momento da carreira no Goiás (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
 
walter goiás entrevista (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Walter tinha seis anos. Estava na rua quando o boato começou a correr. Ficou assustado. Subiu na garupa da moto dirigida por um de seus irmãos e saiu em disparada pelo Recife. Em poucos minutos, viu o ônibus parado. Aproximou-se. Dentro do veículo, jazia o corpo de Waldemir, outro de seus irmãos. Aos 18 anos, ele acabara de ser assassinado a tiros - executado por causa de uma rusga entre gangues rivais. Walter chorou. Chorou muito. E ainda hoje lembra de ter pensado: "Não quero isso para minha vida." A violência, muito mais do que a segurança, fez parte de sua formação.
 
Walter tinha sete anos. Era seu primeiro dia de escola. O menino olhou para um lado, olhou para o outro, pensou um pouco e concluiu que não queria estar ali, trancafiado. Saiu correndo. Começou a gritar. Viu a professora tentando impedi-lo de tirar a grade que o separava do pátio. E não titubeou: tascou uma mordida nela. Em seus primeiros minutos de vida escolar, foi expulso. Acabou frequentando o colégio até a sexta série. Foi reprovado repetidas vezes. Faltou uma aula atrás da outra. O desinteresse escolar, muito mais do que a educação, fez parte de sua formação.
 
Walter era uma criança entrando na pré-adolescência. Torcia pelo Sport como o mais fanático dos torcedores. Foi à Ilha do Retiro assistir ao time do coração. Mas não tinha um centavo no bolso. Tentou, em vão, convencer algum adulto a fingir que estava acompanhado dele - como fizera outras vezes para entrar de graça no estádio. Não conseguiu. De fora, com o coração na mão, apenas escutou os ruídos da torcida, tentando adivinhar o que acontecia no campo. A escassez financeira, muito mais do que o conforto, fez parte de sua formação.
 
Escondido sob uma imagem construída no excesso (de peso), aparece o verdadeiro Walter, homem moldado exatamente pelo contrário: pelas ausências. Ele joga futebol motivado por conquistar para o futuro aquilo que não teve no passado. Não é seduzido por fama, holofotes, uma vaga na posteridade. Nada disso. Quer é uma carreira que lhe ofereça dinheiro (não teve) suficiente para construir uma vida de conforto (não teve), de tranquilidade (não teve), de alimentação livre (não teve), de educação para sua filha (não teve). É emblemático: Walter, tão simples, tão cru, um homem quase em estado bruto, de formação escolar mínima, faz questão que Catarina Vitória, sangue de seu sangue, faça faculdade quando adulta.
 
A grande questão é que o exagero não explica Walter; a ausência, sim. O peso não define Walter; a leveza, sim. O camisa 18 do Goiás é o estereótipo do jogador brasileiro saído dos confins do esquecimento para ser salvo por uma bola de futebol. Tem uma história de vida impressionante, alicerçada em um passado de faltas (afetivas, financeiras, inclusive alimentares), de vazios (de educação, de planejamento, de perspectiva), até explodir em um presente de gols, de assistências, de conquistas. Tudo que aconteceu na carreira do jogador, tantos erros e tantas vitórias, pouco teve a ver com os quilos a mais que ele carrega no corpo. São fruto da inocência, da ingenuidade, da quase infantilidade dele - da insustentável leveza de ser Walter, uma criança sobrevivente em um mundo de adultos.
Mosaico Walter Goiás entrevista (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Walter é alavancado pelo passado e motivado pelo futuro (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
 
Aos 24 anos, o camisa 18 coleciona dramas, causos e contradições que o transformam em uma das grandes personagens do futebol brasileiro. No Goiás, vive seu maior momento, protegido pelo clube, abraçado pelo técnico, acarinhado pela torcida. Às 21h desta quinta-feira, ele tenta colocar o time esmeraldino nas semifinais da Copa do Brasil. O adversário é o Vasco, no Maracanã. No mesmo Maracanã onde ele viveu uma história que resume bem sua leveza de espírito, sua ingenuidade.
 
De Quico a Walter: a dança, a infância e o primeiro sumiço
É madrugada de 22 de agosto de 2013. O vestiário dos visitantes do Maracanã recebe um elenco recém-derrotado pelo Fluminense por 1 a 0 pelas oitavas de final da Copa do Brasil (recorde no vídeo ao lado). Walter mergulha em silêncio. Está abatido - consequência de pênalti desperdiçado minutos antes. O zagueiro Rodrigo, um dos jogadores mais experientes do elenco, percebe a tristeza do colega. Aproxima-se dele. Tranquiliza-o. Lembra que grandes jogadores, mesmo Zico e Pelé, perderam pênaltis. E sugere que ele se anime, até para não influenciar o ânimo do grupo - é muito querido pelos colegas. Walter assimila a sugestão do defensor. Em instantes, coloca um música em volume alto. E passa a dançar no vestiário, para espanto dos demais atletas. Enderson Moreira, treinador da equipe, pede explicações ao atacante. "Ué, o Rodrigo disse para eu não mostrar que estava triste", responde ele.
 
Walter quando criança: bochechas renderam apelido de Quico (Foto: Reprodução/Instagram)
Walter, do Goiás, criança (Foto: Reprodução/Instagram)
Walter Henrique da Silva nasceu em 22 de julho de 1989 como caçula entre seis irmãos. A família, constituída sob os cuidados de dona Edith, foi formada por duas mulheres, Sueli e Suzy, e quatro homens, todos com nomes iniciados por W: Wandeork e Waldex, além do finado Waldemir e do próprio Walter. Há dois anos, Waldex foi preso. A ironia é triste: foi detido por tentar roubar justamente um ônibus, o leito de morte de Waldemir. Walter o visitou na cadeia. Escutou palavras de arrependimento. E retribuiu com um aviso:
- Vida de bandido tem três destinos: ou é morto, ou é preso ou acaba aleijado. Deus dá uma chance para todo mundo, mas se pecar de novo, já era.
O jogador foi criado no Coque, zona muito pobre e particularmente violenta no Recife dos anos 90. Lá, mais do que Walter, era Quico, em referência à personagem do seriado mexicano Chaves - a exemplo dele, um menino bochechudo que está sempre agarrado a uma bola. Jogar futebol pelas ruas maltratadas da região era sua alegria. O sustento da casa saía da venda de perfumes de dona Edith. Ela carregava um cesto na cabeça pelas vielas do Coque, batendo de porta em porta. Mais de uma vez, teve que escapar de tiroteios. Chegava a deixar de comprar os ingredientes do café da manhã para dar dinheiro para o filho caçula ir treinar na escolinha do Sport ou do Santa Cruz.
 
Certa feita, quando o menino tinha oito anos, ela fez um esforço além do concebível e comprou um par de chuteiras para ele. Walter não entendeu direito o que poderia fazer com aqueles calçados nas ruas do Coque. Mas, tão novo, percebeu o tamanho do gesto de sua mãe. Não tirou mais aquele momento da cabeça. Começou a criar um plano que carregaria vida afora: retribuir cada sacrifício de dona Edith.
 
O nome dela está tatuado no braço direito do filho.
 
Walter viu de tudo. Viu assaltos. Viu trocas de tiros. Chegou a invadir casas de desconhecidos para escapar de balas (é curioso que hoje comemore gols simulando tiros). Viu gente morrendo na sua frente. Quando tinha 11 anos, de uma esquina, protegido por um muro, acompanhou a ação de um bandido que tentava roubar um carro. O motorista reagiu. Foi baleado. O assaltante saiu correndo, e o menino se aproximou do automóvel, como se aproximara do ônibus onde seu irmão foi assassinado anos antes. Viu a vítima agonizar até a morte.
 
Em casa, onde ficava sob os cuidados da avó enquanto a mãe trabalhava, Walter tinha nada mais do que o básico. Nem que chovessem canivetes dona Edith permitiria que o caçula trabalhasse. Mas o menino era inquieto. Sem que ela soubesse, empurrava carroças com papelões para ganhar uns trocados. Durante poucos dias, também vendeu cachorrinhos de pelúcia, daqueles que são colocados no espelho do carro e ficam balançando com o movimento.
 
Com 11 anos, vestiu a camisa do time do coração. Ganhou uma vaga na escolinha do Sport por causa de uma cortesia dada pelo Hospital Português. Foi sua mãe quem conseguiu. Nos treinos, enquanto os demais meninos eram observados por seus pais, Walter era acompanhado pela mãe.
 
Mas quando terminou o período da bolsa, seria preciso pagar para o menino continuar treinando, e não havia dinheiro. O futuro atacante ficou dois anos parado. Aos 13, soube de uma peneira no Coque. Um problema: era do Santa Cruz, não do Sport. Foi mesmo assim. Conseguiu ser aprovado. Começou a jogar bem. Acabou transferindo-se para o Vitória. Ficou seis meses em Salvador e aí rumou para Porto Alegre, a cidade que revolucionaria seu destino.
 
Walter chegou ao Inter em 2007, depois de chamar a atenção vermelha por outro clube porto-alegrense, o São José. Não demorou para se destacar. No ano seguinte, foi o melhor jogador colorado na Copa São Paulo de Juniores. O time gaúcho foi até as semifinais, sempre com a presença decisiva do atacante. Fez seis gols - dois deles nas quartas de final, contra o Santos, e outro na eliminação nos pênaltis para o Rio Branco. Daí para os profissionais, foi um pulo. A estreia foi em 11 de maio daquele ano, na vitória de 1 a 0 sobre o Vasco pelo Brasileirão, no Beira-Rio. Ele foi mandado a campo por Abel Braga aos 29 minutos do segundo tempo, no lugar de Iarley. No primeiro toque na bola, deixou o atacante Adriano em condições de marcar. O goleiro Tiago evitou o gol.
Mas a concorrência era pesada. Aquele time tinha os últimos passos de Fernandão e Iarley no Inter e ainda contava com Alex, Nilmar, Gil, Adriano, Daniel Carvalho e o surgimento de Taison. Walter só voltaria a jogar em 17 de julho, na vitória de 1 a 0 sobre o Atlético-MG. E seria titular pela primeira vez três dias depois. Detalhe: no Recife. O empate por 1 a 1 com o Náutico teve participação dele. Walter mandou chute no travessão, e Nilmar, no rebote, fez o gol colorado (lembre no vídeo ao lado).
 
O jovem atacante teve participações esporádicas no segundo semestre de 2008, um começo promissor em 2009 e depois uma grave lesão. Em maio, pelo time júnior, ele prendeu o pé no chão e comprometeu os ligamentos do joelho direito. O jogo era contra o São José, justamente o time de onde tinha migrado para o Inter. Com o problema, ficou fora do restante da temporada. Perdeu o Mundial Sub-20, já que era figura constante nas seleções de base. Ficou tudo para 2010. E que ano seria aquele...
Era temporada de Libertadores. O Inter tinha novo técnico, o uruguaio Jorge Fossati. Para brigar pelo título, o clube apostou em contratações no exterior, casos de Edu e Alecsandro, buscados ainda em 2009. Walter teria dificuldades para ser titular. Mas ele fez o caminho dele. Naquela Libertadores, participou de oito jogos. Anotou um gol extremamente importante - na dramática vitória de 2 a 0 sobre o Banfield nas oitavas de final (reveja no vídeo ao lado). O jogo foi em 6 de maio. Dois meses antes, porém, parecia improvável que isso acontecesse.
 
Foi o caos. No dia 26 de fevereiro, Walter não apareceu no Beira-Rio. No dia 27, tampouco. No dia 28, idem. E assim seguiu. Resolveu trancafiar-se em seu apartamento. Não queria falar com ninguém. Não queria ouvir ninguém. Estava irritado, insatisfeito. Não queria mais saber do Inter.
 
Existem versões diferentes para o sumiço. Uma delas é de que Walter ficou irritado com Fossati, que o havia criticado publicamente; outra, é de que ele estava incomodado por não ser titular absoluto; uma última, defendida pelo próprio Walter, resume-se a um incômodo financeiro.
 
Foi um pouco de tudo, mas especialmente a última hipótese. Walter ganhava cerca de R$ 15 mil na época e negociava um aumento com o Inter. Boa parte do dinheiro, por volta de R$ 7,5 mil, sumia automaticamente, como abatimento de um empréstimo que ele fizera para comprar um apartamento para sua mãe em Boa Viagem, área nobre do Recife. Ele gastava outros R$ 3 mil de aluguel no imóvel onde morava no bairro Menino Deus. Com os descontos de lei, sobrava menos de R$ 3 mil para passar o mês. Resultado: começou a ter problemas para ajudar a mãe nas despesas em Pernambuco. E aí Walter lembrou de tudo que ela fizera por ele no passado. E entrou em parafuso.
 
O jogador não soube calcular o orçamento. Embananou-se com as contas. E viu dona Edith passar dificuldades. A situação ficou dramática. A mãe do atacante chegou a dar uma entrevista para o jornal "Zero Hora" afirmando que as contas estavam vencidas, que o condomínio de R$ 360 estava atrasado, que não havia gás em casa e que ela sequer conseguia contato com o filho, pois não tinha dinheiro para comprar cartão telefônico.
 
A isso, somaram-se as críticas de Fossati, que via Walter displicente nos treinos, e a comparação que ele fazia entre seu salário e o de colegas que rendiam menos ao time. O jogador resolveu fugir, sumir, se esconder do mundo. Ele ficou uma semana em seu apartamento, acompanhado pela namorada, Vanessa (que hoje é sua esposa). Já tinha problemas de peso, e engordou um pouco mais.
 
Mesmo assim, retornou ao Inter, mas primeiro para o time B, cujo técnico era Enderson Moreira, o homem que no ano seguinte telefonaria para ele em Portugal e faria uma pergunta que mudaria sua vida:
- Não quer vir jogar no Goiás?
MOSAICO - WAlter goiás Carreira (Foto: Editoria de arte)
Do Inter ao Goiás, Walter tem carreira de altos e baixos, com dramas e vitórias
(Foto: Editoria de arte)
 
O segundo sumiço, o adeus ao Inter, o drama em Portugal
 
Em 25 de março de 2010, Walter voltou a jogar pelo Inter. E o destino brincou com ele mais uma vez. A partida foi contra o São José, o mesmo clube onde ele jogou antes de ir para o Beira-Rio, o clube que era seu adversário quando ele se machucou. A partida foi trágica. O Colorado levou 3 a 0.
 
Walter foi a campo no segundo tempo.
 
Eram tempos turbulentos. A pressão sobre Fossati só aumentava, e Walter parecia uma bomba prestes a explodir. Dava entrevistas que deixavam a diretoria descontente. Lutava contra a balança.
Mas jogava bem. Ficava cada vez mais perto de virar titular. E começava a despertar o interesse de clubes europeus.
 
O gol de Walter contra o Banfield deu ao Inter o direito de encarar outro argentino, o Estudiantes, nas quartas de final da Libertadores. No primeiro jogo, no Beira-Rio, os gaúchos venceram por 1 a 0. A segunda partida, em Quilmes, foi uma guerra que entrou para o imaginário do torcedor colorado. Comandado por Verón, o time de La Plata conseguiu abrir 2 a 0. No último minuto, porém, Giuliano marcou para o Inter e garantiu a classificação. Walter estava em campo.
 
Assim que terminou a partida, quebrou o pau no gramado. O zagueiro Desábato, do Estudiantes, não gostou de ver seu conterrâneo Pato Abbondanzieri, goleiro do Inter, celebrando a eliminação de um clube argentino. Praticamente todos os jogadores se envolveram na briga. Mais tarde, no vestiário colorado, começou a circular a informação de que dois atletas vermelhos seriam suspensos.
 
Um todos sabiam: era o goleiro Lauro, que partira em defesa de Abbondanzieri. O outro era Walter. Acusação: fazer gestos obscenos para a torcida do Estudiantes.
Fernando Carvalho, na época vice-presidente de futebol do Inter, não podia acreditar. O Inter estava nas semifinais da Libertadores. Não ter Walter seria terrível. Ainda no vestiário, ele chamou o jogador para conversar. O atacante, no auge de sua ingenuidade, falou ao dirigente:
- Não precisa se preocupar. É a palavra do juiz contra a minha.
Walter, claro, foi suspenso. E acelerou seu adeus ao Inter. Com direito a novo sumiço. Em 25 de junho, no meio de um treino físico no Beira-Rio, ele simplesmente saiu. Deu no pé. Era uma sexta-feira. Ao deixar o estádio, afirmou que estava sendo negociado. Quatro dias depois, reapareceu no clube e pediu para treinar. Queria manter a forma física. Duas semanas depois, o Inter confirmou a venda de Walter para o Porto, de Portugal, por 4 milhões de euros. Já sem ele, o clube gaúcho foi campeão da Libertadores.
 
Aí começou outro momento marcante da vida de Walter. Em Portugal, ele pediu Vanessa em casamento. O curioso é como aconteceu. Souza, hoje volante do Grêmio, disse ao atacante que tinha decidido se casar. "Sério?", indagou Walter, sem entender a necessidade daquilo. Dias depois, Souza, já casado, falou ao colega de Porto: "Pô, Walter, casar é muito bom." O atacante pegou o telefone, ligou para Vanessa e perguntou a ela: "Ô, amor, que tu acha de a gente casar?". A namorada quase desmaiou do outro lado da linha - um pouco pela surpresa, um pouco pelo romantismo um tanto peculiar do namorado.
 
Vanessa e Walter se casaram em dezembro de 2010 em Portugal (Foto: Reprodução/Instagram)
Vanessa e Walter se casaram em dezembro de 2010 (Foto: Reprodução/Instagram)
Walter e Vanessa conheceram-se em 2009, em Porto Alegre. O jogador estava lesionado. Em uma festa, botou o olho na loira e trocou duas ou três palavras com ela. Não teve muito sucesso na aproximação. Mesmo assim, conseguiu o telefone dela. Uma semana depois, tomou coragem para telefonar. Levou mais um mês para conseguir sair com ela.
 
O namoro virou casamento em 2010. A união logo foi acompanhada pela posterior chegada da filha, Catarina Vitória. Mas a ideia era que ela se chamasse apenas Catarina. Ela ganhou o Vitória no nome por causa da batalha que enfrentou para sobreviver.
 
O bebê passou três meses entre a vida e a morte. Ainda durante a gravidez, Vanessa soube que tinha um problema no colo do útero - ela já tinha perdido um menino. Walter chegou a escutar de um médico que a chance de Catarina sobreviver era pequena. Mesmo depois do nascimento, pairou enorme preocupação.
- O médico me disse assim: "É um milagre de Deus ela ter nascido. Mas ela pode morrer a qualquer momento" - recorda o atleta.
 
FUTEBOL  - Walter e filha (Foto: Reprodução Instagram)
Walter e a filha Catarina: alegria depois do susto
(Foto: Reprodução Instagram)
Foram tempos terríveis. Catarina Vitória nasceu com 760 gramas. Na época, Walter estava na reserva do Porto e lidava mais uma vez com questionamentos sobre seu peso. A exemplo do que experimentara no Inter, tinha altos e baixos, com o futebol influenciado por sua vida pessoal. Ele praticamente não ficava em casa. Ia dos treinos no Porto para o hospital. Não tinha cabeça para trabalhar, e pouca gente sabia de seu drama pessoal - inclusive no clube.
- Ele estava muito angustiado. Era treino e hospital. Às vezes, para não dormir sozinho, ele dormia na casa do Hulk (atacante da seleção brasileira), uma pessoa maravilhosa, que nos ajudou muito. O Hulk virou um acompanhante do Walter. Quando soubemos desse meu problema, o Hulk pegou o carro dele, nos pegou e nos levou ao hospital. Mas deu tudo certo. Hoje, ela fica sempre com ele, fica dançando pra ele. Ele fica todo bobo - comenta Vanessa.
A maior alegria do jogador é ter Catarina Vitória a seu lado. Nas folgas, ele gosta de tirar uma soneca à tarde abraçado na filha. Quando brinca com videogame (joga futebol, escolhe o Goiás como time e se escala como titular), ela está sempre a seu lado. É por ela que ele joga futebol. Ela!
 
Por Alexandre Alliatti Rio de Janeiro
24/10/2013 13h29 - Atualizado em

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