TITE É APRESENTADO PELA CBF COMO NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA !
Tite é apresentado pela CBF como novo técnico da Seleção Brasileira
Treinador falou sobre expectativa para o trabalho no comando da equipe na disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
Foto:
Lucas Figueiredo / MoWA Press
Adenor
Bachi começou nesta segunda-feira o seu trabalho à frente da Seleção
Brasileira. Tite foi confirmado e já apresentado como novo técnico do
Brasil na CBF, após uma visita ao museu da entidade, e falou sobre o
trabalho que terá com a equipe na disputa das Eliminatórias para a Copa
do Mundo de 2018.
– O foco é a classificação para o Mundial. E nós
não estamos (na zona de classificação). É fato real que pode, sim, e o
trabalho vai ser desenvolvido nesse sentido, mas corre-se o risco, claro
que se corre. Você não pode fugir das possibilidades. Eu estou aqui,
infelizmente, porque o resultado não veio. Mas há toda uma qualidade de
trabalho, que eu quero me integrar, de crescimento. As equipes se
consolidam, e elas crescem. Eu tenho experiência em clubes, e agora em
seleções, que eu não tenho participado – explicou o treinador.
Tite
também foi muito questionado pelos jornalistas a respeito da sua
relação com a CBF e com o presidente Marco Polo Del Nero, principalmente
após ter assinado um documento pedindo a saída do dirigente do comando
da entidade e a modernização da confederação.
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– A minha atividade e o convite que foi feito foi para ser técnico
da Seleção Brasileira. Essa é a melhor contribuição que eu tenho.
Adjetivos como transparência, modernização, são a forma que eu penso e
eu trago para o futebol. O meu legado pode falar sobre isso – declarou.
Depois,
ao falar sobre o que se podia aproveitar do trabalho de Dunga, Tite
destacou que vê uma base que pode ser utilizada no futuro.
–
Aproveita-se, sim, dentro dos critérios do que se espera ser o melhor.
Sou um técnico em formação, e vai um tijolinho a cada dia. Nós
aprendemos com os nossos erros, e não tenho problema nenhuma em
melhorar. E aprender também com os acertos dos outros.
Na
longa entrevista, o novo técnico da Seleção também comentou o longo
tempo que levou para aceitar o convite – e admitiu a frustração com o
fato de não ter sido chamado em 2014, após a demissão de Luiz Felipe
Scolari depois da eliminação na Copa do Mundo.
– O ideal é começar
no início de um trabalho. Mas o ideal não acontece. Fiquei sentado numa
poltrona em 2014, criei a expectativa. E não foi assim. Veio agora.
Entendi que devo aceitar talvez para encerrar, não de forma egoísta, mas
vaidosa, de estar na minha carreira como técnico da Seleção Brasileira.
E isso em um momento importante. Estou no melhor momento da minha
carreira, em que ganhei tudo, ganhamos, com o Corinthians. Isso
demonstra coragem.
Quarto técnico gaúcho em sequência a
assumir o comando da Seleção, Tite garantiu que não acredita fazer parte
da "escola gaúcha" de treinadores.
– Eu não acredito em escola
gaúcha de técnicos. Acredito em uma escola brasileira de técnicos. Uma
que premia a triangulação, a organização, a posse de bola. A outra é
mais do contato físico e da bola longa. Existem técnicos gaúchos nas
duas escolas. E técnicos de outros estados da "escola gaúcha". Para mim,
tem a escola do seu Telê ou do seu Ênio Andrade – declarou.
Tite
também falou sobre a opção por não assumir também o comando da seleção
olímpica no Rio 2016 e defendeu o trabalho de Rogério Micale.
–
Era muito fácil o técnico agendar e alinhavar uma situação nas
Olimpíadas e levar os louros se vencesse. Senão, já tinha a desculpa
pronta para a derrota: "eu não tive tempo". Isso eu não faço.
A
prioridade é a Seleção Brasileira, e o objetivo é a classificação (à
Copa do Mundo) e os próximos dois jogos. Preciso me ajustar o mais
rápido possível. E dar ao Rogério Micale e aos outros profissionais o
tempo e a chance na Olimpíada. A possibilidade maior de sucesso é com o
Rogério.
Ao ser apresentado por Del Nero, Tite recebeu uma
camiseta para a nova "torcedora número 1" da Seleção, dona Ivone Bacchi,
mãe do treinador. E ele falou sobre a emoção da mãe com a sua
confirmação.
– A mãe, você imagina a realização de ver o filho na
Seleção. Só peço que as pessoas tenham cuidado com ela, ao falarem com
ela, em entrevistas. Hoje, pela manhã, falei "mãe, teu filho é técnico
da Seleção". Ela começou a chorar.
A camisa com o nome da mãe do treinador Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press
O
treinador destacou, ainda, como pretende montar o seu trabalho na
Seleção, tão diferente do que está acostumado com clubes. E disse que
vai pedir ajuda aos técnicos dos times brasileiros para conhecer melhor
os jogadores que poderá convocar a partir de agora.
– Quero um
trabalho de triangulações, trocas de passe e finalizações. É de
transições: tu tomas a bola e precisas, com pressão alta, média ou
baixa, saber jogar. Ter organização em bola parada eficiente. É o que
vou ter que me ajustar, modelar. Uma realidade diferente de clubes. Vou
pedir que os clubes me proporcionem um dia de treinamento e conversa com
os clubes brasileiros, para conhecer o dia a dia e as características
dos seus atletas. Como o técnico pode intervir e onde eles podem exercer
melhor suas funções. Vou ficar analisando, assistindo os jogos em tempo
integral.
A partir deste momento eu assumo a responsabilidade. Eu sei
essa dimensão. Temos a noção exata também. Eu me preparei, e continuo me
preparando para tal.
*ZHESPORTES
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