EX-JOGADOR EDILSON É INDICIADO POR QUATRO CRIMES EM INVESTIGAÇÃO DA PF !!!
Ex-jogador Edílson é indiciado por quatro crimes em investigação da PF
Entre os crimes estão lavagem de dinheiro e tráfico de influência; ele nega.
Ex-jogador prestou depoimento e, segundo delegada, segue em liberdade.
Entre os crimes estão lavagem de dinheiro e tráfico de influência; ele nega.
Ex-jogador prestou depoimento e, segundo delegada, segue em liberdade.
Investigado na operação contra fraudes de pagamentos de loterias da
Caixa Econômica Federal (CEF), o ex-jogador da seleção brasileira
Edílson da Silva Ferreira, conhecido como Edílson Capetinha, foi
indiciado, nesta segunda-feira (14), por crime organizado, corrupção
ativa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Em depoimento à Polícia Federal, nesta tarde, ele negou as acusações e segue em liberdade.
"Edílson foi indiciado com as provas contidas na investigação e que são
corroboradas com o material apreendido na casa de alguns investigados.
Isso reforça o contato direto entre ele e os principais investigados",
disse a delegada Marcela Siqueira, responsável pelas investigações.
Ela explicou que a participação dele era no recrutamento e acesso aos
gerentes da Caixa para participarem do esquema, mas, por enquanto, não
há ordem judicial para prisão do ex-jogador.
Às vezes, a gente sofre por ser uma pessoa famosa"
Edílson
Ex-jogador
Ex-jogador
"Agora vamos confrontar os depoimentos, e o material apreendido será
periciado. Depois, com a investigação concluída, será encaminhada ao
Ministério Público", acrescentou.
Um dos advogados de Edílson, Wilson Ribeiro afirmou ao G1 que "não há nada comprovado" contra o ex-jogador. Segundo ele, o processo ainda está em fase de investigação.
Depoimento
Edílson prestou depoimento, por mais de três horas, na sede da Polícia Federal, em Goiânia, na tarde desta segunda-feira. Ao sair, disse que está "com a consciência tranquila" e que acredita que os fatos serão esclarecidos.
Edílson prestou depoimento, por mais de três horas, na sede da Polícia Federal, em Goiânia, na tarde desta segunda-feira. Ao sair, disse que está "com a consciência tranquila" e que acredita que os fatos serão esclarecidos.
"Fiz o meu papel de cidadão. Fiz questão de vir a Goiânia para ajudar
na investigação. Não ia deixar meu nome ser jogado no lixo", afirmou o
ex-jogador.
Ele lamentou ter o nome ligado a uma denúncia de fraude. "Não tenho
participação nenhuma nesse esquema. Às vezes, a gente sofre por ser uma
pessoa famosa. Muita gente liga oferecendo coisas. Isso tudo é
prejudicial a mim e à minha carreira. Tenho serviços prestados ao
Brasil. Estou com a consciência tranquila", ressaltou.
Conforme a assessoria de imprensa da PF, Edílson chegou às 14h10 à sede
do órgão, no Setor Bela Vista, em Goiânia, acompanhado de dois
advogados e um assessor. Ele foi ouvido pelo delegado Ricardo Mendes de
Mesquita e Duarte.
A assessoria da PF informou ao G1 que foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do ex-jogador, na Bahia.
Mesmo assim, o próprio Edílson se dispôs a prestar esclarecimentos na
sede da Polícia Federal em Goiás, estado que comanda a investigação.
A imprensa não foi autorizada a acompanhar o depoimento.
Também advogado de Edílson, Thiago Phileto informou ao G1
nesta tarde que o ex-jogador desembarcou em Goiânia no início da manhã
desta segunda-feira para prestar depoimento. Ele disse que seu cliente
também deve se apresentar à PF da Bahia.
"Eu vou levá-lo amanhã ou quarta-feira na PF de Salvador para ser
interrogado. Vamos levar extrato de movimentação financeira e outros
documentos pra provar que ele não tem nada a ver com isso", afirmou o
defensor.
Escutas telefônicas
De acordo com o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), Edílson tinha um “relacionamento próximo” com um dos chefes da quadrilha investigada na Operação Desventura. Ele foi flagrado em escutas telefônicas conversando com integrantes do grupo.
De acordo com o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), Edílson tinha um “relacionamento próximo” com um dos chefes da quadrilha investigada na Operação Desventura. Ele foi flagrado em escutas telefônicas conversando com integrantes do grupo.
“As conversas mostram que ele tinha um relacionamento próximo com um
dos líderes, inclusive, de negócios. Mas a função do ex-jogador era
apenas a de usar da fama e as grandes movimentações financeiras que
fazia para aliciar gerentes do banco para as fraudes. Por isso,
consideramos que ele atuava no escalão inferior da organização”, afirmou
ao G1 o procurador Hélio Telho.
Ex-jogador Edílson negou ligação com fraudes em
loterias (Foto: Vanessa Martins/G1)
loterias (Foto: Vanessa Martins/G1)
Segundo ele, o ex-jogador foi flagrado em escutas, autorizadas pela
Justiça Federal, no início deste ano. “Nessas conversas ele recebe
instruções de como deveria proceder para aliciar os gerentes”.
O MPF chegou a pedir a prisão do ex-jogador, mas a Justiça Federal
negou. “Ainda não tive acesso ao teor do documento para saber o motivo
da negativa. Mas foram realizadas buscas na casa de Edílson e ele deverá
ser ouvido para prestar esclarecimentos. Se os elementos comprovarem a
participação dele nas fraudes, ele poderá responder por organização
criminosa e estelionato”, destacou o procurador.
Na última sexta-feira (12), o advogado Thiago Phileto disse que a polícia pode, de fato, ter encontrado nas escutas telefônicas algum contato do ex-jogador com
um dos presos na operação, de prenome Eduardo. "Ligação telefônica pode
ter. [Eduardo] procurou por ele [Edílson] propondo assessoria jurídica e
de imagem. É um caça-artistas", disse Phileto, ao destacar que o
contato foi profissional e não relacionado às fraudes denunciadas.
Operação Desventura
O ex-jogador está entre os investigados pela Polícia Federal na Operação Desventura, deflagrada na última sexta-feira (11). Agentes da PF estiveram na residência do ex-jogador para cumprir mandado de busca e apreensão e apreenderam discos rígidos e computadores. Ele negou qualquer envolvimento.
O ex-jogador está entre os investigados pela Polícia Federal na Operação Desventura, deflagrada na última sexta-feira (11). Agentes da PF estiveram na residência do ex-jogador para cumprir mandado de busca e apreensão e apreenderam discos rígidos e computadores. Ele negou qualquer envolvimento.
No total, foram expedidos 54 mandados judiciais contra o grupo em
Goiás, na Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.
Segundo assessoria de imprensa da PF, até o início da tarde desta
segunda-feira (14), destes, 13 eram para prisões preventivas e
temporárias, sendo os seis em Goiás. No total, 10 pessoas já foram
detidas, incluindo as três no estado. Já das do total de 22 mandados de
conduções coercitivas, 19 foram cumpridos. Os 19 de busca e apreensão
foram todos realizados.
PF apreendeu cartões bancários com suspeitos
de fraudes (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
de fraudes (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Segundo a corporação, a investigação, iniciada em outubro do ano
passado, apontou que o esquema criminoso contava com a ajuda de
correntistas da Caixa Econômica Federal, que eram escolhidos pela
quadrilha por movimentar grandes volumes financeiros e que também seriam
os responsáveis por recrutar gerentes do banco para a fraude.
Ainda segundo a PF, quando os criminosos estavam de posse de informações privilegiadas, entravam em contato com os gerentes para que eles viabilizassem o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.
"A fraude não está no sorteio, ela está na validação fraudulenta dos bilhetes. Qualquer bilhete premiado tem o prazo de 90 dias para ser retirado. O sistema da Caixa emite um alerta quando faltam oito dias para prescrever esse bilhete. Com base nessas informações privilegiadas, servidores da Caixa repassavam quais seriam esses bilhetes para membros da quadrilha", explicou a delegada Marcela Rodrigues de Siqueira.
Ainda segundo a PF, quando os criminosos estavam de posse de informações privilegiadas, entravam em contato com os gerentes para que eles viabilizassem o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.
"A fraude não está no sorteio, ela está na validação fraudulenta dos bilhetes. Qualquer bilhete premiado tem o prazo de 90 dias para ser retirado. O sistema da Caixa emite um alerta quando faltam oito dias para prescrever esse bilhete. Com base nessas informações privilegiadas, servidores da Caixa repassavam quais seriam esses bilhetes para membros da quadrilha", explicou a delegada Marcela Rodrigues de Siqueira.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que “já vem colaborando com as investigações da Operação Desventura” e que “manterá cooperação integral com as investigações em curso”. A instituição destacou, ainda, que “está tomando todas as providências de abertura de processos disciplinares, apuração de responsabilidades e afastamentos, nos casos de envolvimento de empregados do banco”.
Financiamentos
Segundo a delegada, o grupo também alterava o sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de vários estado e conseguia retirar financiamentos ainda não quitados do registro de veículos.“De posse de informações sigilosas, eles obtinham senhas de gerentes específicos, entravam em um sistema que migra para o do Detran e, com isso, conseguiam tirar gravames de veículos de diversas instituições financeiras”, explicou.
Além disso, a delegada explicou que a quadrilha usava cartões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e do ConstruCard, que é o financimento da Caixa para a compra de materiais de construção, para cometer o crime.
“A fraude não é estrutural, ela é na comprovação da obtenção do dinheiro nos estabelecimentos. Eles [quadrilha] entravam em contato com os comerciantes e empresários para passar esses cartões e simular compras inexistentes”, relatou.
Em nota enviada ao G1, na última sexta-feira, a assessoria de imprensa do BNDES informou que está buscando mais informações sobre a investigação em curso para avaliar que medida deverá adotar em relação ao caso.
Edílson depõe na sede da Polícia Federal, em Goiânia (Foto: Sílvio Túlio/G1)
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14/09/2015 19h21
- Atualizado em
14/09/2015 21h31
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