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sábado, 22 de junho de 2013

MARCENEIRO CANTA E CHAMA ATENÇÃO DE GRAVADORAIONAL!!!

Marceneiro de Cabo Verde canta em almoço e chama atenção de gravadoras internacionais

Aos 60 anos, Zé Luis lançou álbum com tesouros do cancioneiro local, pelo selo Lusafrica
 

Capa de "Serenata", álbum de Zé Luis. Foto Divulgação
Foto: Agência O Globo
Capa de "Serenata", álbum de Zé Luis. Foto Divulgação Agência O Globo
RIO - Com quase cinco décadas de música, o cabo-verdiano Zé Luis nunca havia cantado profissionalmente. Ganhando o sustento como marceneiro, gastava as velhas mornas e mazurcas de sua infância em bicos ocasionais nos bares e restaurantes de Praia, a árida capital do país. Aos 60 anos, ele estava mais do que satisfeito com a carreira amadora, até que, em abril do ano passado, um evento inesperado virou sua vida de cabeça para baixo.
 
Chamado às pressas para animar um almoço entre representantes de gravadoras internacionais em Cabo Verde, Zé Luis entoou uma canção, duas, três... O burburinho das mesas cessou subitamente e, em poucos minutos, os executivos estavam encantados. Antes mesmo de esvaziarem os pratos, já disputavam a tapas um acordo com o obscuro sexagenário, que não ostentava sequer uma gravação no currículo. O que era para ser apenas uma canja informal se tornou o ponto de partida do primeiro disco de Luis, “Serenata”, lançado no final de 2012. E, entre fevereiro e maio de 2013, a nova revelação da música cabo-verdiana partiu para uma inédita turnê europeia, com passagens por França, Holanda e Portugal.
 
— Daquele almoço saiu meu primeiro contrato profissional — conta Zé Luis, em entrevista por telefone, de Paris. — Eu passei a vida cantando na noite, ganhava um cachê ou outro, mas nunca me preocupei em gravar disco. Sou marceneiro e carpinteiro de profissão, enquanto a música é minha arte. Demorou um pouco para me darem uma chance, mas... Como se diz mesmo aí no Brasil? Ah, santo de casa não faz milagre! Essa eu aprendi com vocês.
 
Sucesso sem afetação
Sereno, o cantor garante que os anos de obscuridade nunca o incomodaram. As coisas são assim mesmo, explica, com simplicidade. E foi justamente a modéstia que seduziu os caçadores de talentos. Assediado por gravadoras do mundo todo, fez questão de assinar com o produtor francês José da Silva, do selo Lusafrica, que no final dos anos 1980 havia lançado Cesaria Évora no cenário internacional. O álbum não está nas lojas brasileiras, só pode ser comprado pela internet.
 
Eu estava no almoço e presenciei tudo — recorda Silva. — Algumas pessoas começaram a chorar. Um holandês se levantou querendo assinar contrato ali mesmo. A emoção que ele transmitia pela música era muito forte. Mas o que impressionou mesmo foi a falta de afetação. Mesmo sendo paparicado, ele não se levou a sério. Ficou ali, tranquilo, tomando umas bebidas. Depois disse que tinha que voltar para casa levar uma cana para a esposa.
Nem José da Silva, tradicional garimpador na cena de Cabo Verde, sabe explicar a demora para o reconhecimento de Zé Luis.
 
Se eu que vou sempre para lá, não o conhecia... — diz o produtor. — A música faz parte do cotidiano de Cabo Verde, os artistas não costumam pensar nela como profissão. Como Zé Luis, devem existir muitos outros talentos desconhecidos pelo país.
 
Álbum tardio, “Serenata” é uma coleção de mornas, mazurcas e coladeiras, os mais tradicionais ritmos do Cabo Verde. Zé Luis aprendeu algumas dessas canções ainda na infância, quando a casa de sua mãe se tornara ponto de encontro para músicos. O cantor é considerado por seus amigos uma espécie “enciclopédia viva” da música de Cabo Verde — o disco está repleto de tesouros esquecidos do cancioneiro local, preservados apenas por sua memória privilegiada.
 
Com repertório quase infinito, ele já está preparando um novo álbum em 2014. Antes disso, voltará a se apresentar na França (em setembro, no Festival Internacional de Besançon, e em outubro no tradicional Thêatre de la Ville, de Paris).
 
— O público europeu está reagindo muito bem — conta. — Eles gostam da minha postura simples. Lá em Cabo Verde é assim: fazemos a música juntos, de mãos dadas, com alegria e naturalidade. Uma morna bem tocada é coisa linda demais. Transmite paz e até abre o apetite.
 
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Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/marceneiro-de-cabo-verde-canta-em-almoco-chama-atencao-de-gravadoras-internacionais-8773568#ixzz2WzFBlutE
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